Reunião da CPMI do 8 de Janeiro é cancelada por falta de acordo

Deputados não chegaram a acordo sobre votação de requerimentos sobre próximos passos da comissão

  • Por Jovem Pan
  • 22/08/2023 14h10 - Atualizado em 22/08/2023 16h23
Pedro França/Agência Senado A senadora Elizane Gama e o deputado Arthur Maia, respectivamente relator e presidente da CPMI do 8 de Janeiro, sentados em seus lugares no colegiado CPMI do 8 de Janeiro tem Eliziane Gama como relatora e Arthur Maia como presidente

A reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos de 8 de Janeiro prevista para esta terça-feira, 22, foi cancelada após bate-boca entre governistas e opositores. A sessão foi remarcada para a próxima quinta-feira, 24, às 9h. Os parlamentares não entraram em acordo sobre a votação de requerimentos que vão determinar os próximos passos da comissão. Enquanto aqueles ligados à atual base governista defendem a quebra de sigilos telefônico e telemático do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e alguns de seus aliados, além de nova convocação do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, a oposição tenta explorar a suposta omissão do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, então comandado pelo ex-ministro Gonçalves Dias. O depoimento de G. Dias está previsto para 31 de agosto. “O diálogo é difícil e o máximo que a gente pode fazer é acordo”, disse a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), autora de requerimento que pede quebra de sigilo do presidente do PL, Valdemar Costa Neto.

A sessão desta terça estava marcada para as 9h e chegou a ser adiada para as 11h e, depois, para as 14h. O presidente da CPMI, deputado federal Arthur Maia (União-BA), não publicou a pauta com antecedência e a votação dos requerimentos de convocação de testemunhas ou de quebra de sigilos só poderia ser feita por acordo entre os integrantes. Por outro lado, a prioridade de deputados e senadores da oposição é convocar logo o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Gonçalves Dias e os comandantes da Força Nacional, que é ligada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.

A oposição rejeita investigar as denúncias sobre a venda de joias recebidas como presente enquanto Jair Bolsonaro era presidente. O senador Marco Rogério (PL-RO) opina que o caso de suposta venda das joias não tem relação com os atos golpistas. “Os [que] os governistas tentam fazer aqui é criar uma cortina de fumaça”, afirmou. Para o senador da oposição, a prioridade da CPMI tem que ser o de ouvir o general Gonçalves Dias os chefes da Força Nacional. “[Dias] tem muito a revelar. Alguém que ‘starta’ a Abin [Agência Brasileira de Inteligência] para dizer que tem um problema a acontecer, uma invasão a acontecer, e depois se omite, silencia?”, questionou Rogério.

* Com informações da Agência Brasil

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