‘Sou contra André Mendonça no STF, mas defendo a sabatina já’, diz Jorge Kajuru
Segundo senador goiano, membro da CCJ na Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP) tem uma explicação para deixar o nome ‘terrivelmente evangélico na gaveta’: ‘Bolsonaro não pode mandar no Senado’
O senador Jorge Kajuru (Podemos-GO) reiterou, nesta quinta-feira, 14, sua posição contrária à indicação do ex-advogado-geral da União André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal (STF), mas condenou a decisão do presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), de deixar o nome “terrivelmente evangélico” escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro na gaveta. “Sou contra o nome de André Mendonça, mas defendo sabatina já”, disse Kajuru à Jovem Pan. Mendonça é o recordista no tempo de espera para ser sabatinado pelos parlamentares. Ele aguarda há mais de três meses para ser submetido à avaliação dos membros da Casa Alta do Congresso Nacional. Entre os atuais integrantes do STF, a ministra Rosa Weber foi quem mais aguardou: 29 dias.
O parlamentar diz que ouviu de Alcolumbre o motivo pelo qual a escolha de Bolsonaro não é pautada na CCJ. “Ele me disse que a gente não poderia deixar o Bolsonaro mandar no Senado. Para não deixar o Bolsonaro mandar no Senado, a gente não poderia aprovar o nome do André. Eu sou contra o nome do André desde que ele nasceu. Porque sou contra presidente indicar ministro. É por isso que estou junto com o senador Lasier Martins no projeto que muda tudo: o presidente não decidiria mais por ministro. Haveria um conselho nacional para isso, com limite de idade de 55 anos para ser ministro do STF. A decisão do senador Davi é porque ele tem outro nome, o nome de Aras [procurador-geral da República]. Por isso ele é contra o nome do André. Ele faz o que pode fazer como presidente da CCJ. Eu não concordo. Tinha que ter a sabatina, para cada um votar. E fim de papo”, afirma o senador goiano. Na avaliação de Kajuru, porém, apesar da resistência de Alcolumbre, o ex-AGU já possui maioria para ser aprovado para a Suprema Corte. “Hoje tem maioria. Do contrário, Davi colocava a sabatina já. Óbvio demais”, finaliza.
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