STF irá ignorar as sanções aplicadas e este relator continuará trabalhando, declara Moraes

Ministro afirma que tribunal julgará todos os réus da tentativa de golpe, ‘absolvendo ou condenado’ dependendo das provas; ele também assegura que Corte não vai se acovardar por ameaças, ‘seja daqui ou de qualquer outro lugar’

  • Por Jovem Pan
  • 01/08/2025 13h08 - Atualizado em 01/08/2025 15h11
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Antonio Augusto/STF Ministro do STF, Alexandre de Moraes, durante sessão plenária extraordinária Ministro do STF, Alexandre de Moraes, durante sessão plenária extraordinária

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta sexta-feira, 1º, que irá ignorar as sanções aplicadas contra ele pelos EUA, com base na Lei Magnitsky. “As ações prosseguirão, o rito processual do STF não se adiantará, não se atrasará. O rito processual do Supremo irá ignorar as sanções praticadas. Este relator irá ignorar as sanções praticadas e continuará trabalhando”, enfatizou o ministro. Moraes disse que todos os réus por tentativa de golpe serão julgados no segundo semestre deste ano. “Ainda neste semestre, nós julgaremos todos os responsáveis, absolvendo aqueles onde não houver prova de responsabilidade, condenando aqueles onde houver prova, mas julgando, exercendo nossa função jurisdicional, e não nos acovardando por ameaças, seja daqui ou de qualquer outro lugar.”

Moraes destacou que sempre atuou de forma colegiada e citou dados que mostram que a Corte recebeu centenas de recursos contra suas decisões, todos negados. “Foram interpostos 707 recursos contra minhas decisões monocráticas, todos foram negados pelos colegiados”, afirmou. Segundo ele, a manutenção das decisões pelo plenário e pela Primeira Turma, da qual faz parte, mostra que as determinações “são resultado da vontade dos colegiados”.

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Os ministros aproveitaram a sessão de retomada dos trabalhos do Judiciário para reagir às sanções do presidente americano Donald Trump. Os desagravos ao ministro, que duraram mais de uma hora, partiram do presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, do decano Gilmar Mendes, do procurador-geral da República Paulo Gonet e do advogado-geral da União Jorge Messias. Ao anunciar as sanções, o governo americano apontou que Moraes teria praticado censura e detenções arbitrárias e acusou uma suposta perseguição política ao ex-presidente Jair Bolsonaro, réu por tentativa de golpe na Corte. O secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, disse que Moraes “tomou para si o papel de juiz e júri numa caça às bruxas ilegal contra os Estados Unidos e cidadãos e empresas brasileiras”.

*Com informações do Estadão Conteúdo 

 

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