‘Torres está depressivo e mal consegue conversar’, diz senador que visitou ex-ministro na prisão
Izalci Lucas esteve no Batalhão da Polícia Militar no Distrito Federal e conversou com a Jovem Pan em entrevista exclusiva para atualizar sobre a situação do ex-membro do governo Bolsonaro
Após autorização do ministro Alexandre do Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mais um grupo de senadores visitou o ex-secretário de Segurança do Distrito Federal, Anderson Torres, no Batalhão da Polícia Militar capital federal. Em conversa exclusiva com a repórter Luciana Verdolin, da Jovem Pan News, o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) afirmou que é necessário ter empatia com o ex-ministro da Justiça — que se encontra preso há quatro meses — e considerou que o processo legal de uma prisão preventiva seria de 30 dias. “Já vai para 112 dias e sem perspectivas, sem saber o que vai acontecer”, pontuou. Segundo o parlamentar, há disposição de Torres em falar e “dizer o que querem saber” às autoridades. “Ele é advogado e tem o senso de justiça. Ele fica revoltado, óbvio, porque qual o risco que ele corre neste momento da investigação? Nenhuma. Coloca tornozeleira, prisão domiciliar, mas ele não pode ficar aqui a vida toda sem saber o que vai acontecer”, pontuou. O senador estranhou que as visitas pudessem ocorrer somente aos sábados e domingos – por determinação do ministro Moraes -, já que os políticos voltam aos seus Estados nesse período e também ressaltou que aguarda pela liberação de Torres “imediatamente”.
“É muito triste vermos a falta do cumprimento do processo legal, não era nem para estar no Supremo este tipo de coisa. Deveria estar nos juízes de primeiro grau, mas, mesmo no Supremo, é preciso respeitar a Constituição”, disse. Por fim, Izalci informou que o Senado Federal deve tratar a questão de maneira institucional e que, através da colaboração de 42 senadores que assinaram um documento com um posicionamento, buscam pressionar o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para que este cobre dos ministros do STF o cumprimento das leis. “Temos que buscar alternativas no plenário, para podermos, pelo menos, alertar a população. As coisas que estão acontecendo colocam em risco a nossa liberdade, vejo decisões sendo tomadas que são perigosas. A gente está com medo, ja vimos esse filme na Argentina, com Cuba, com Venezuela. Será que esses são os países que queremos seguir? Devemos ter muito cuidado”, considerou o senador.
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