União Brasil e PL decidem votar contra o governo na MP dos Ministérios

Partidos somam 158 votos contrários ao texto, que define estrutura dos ministérios; mobilização coloca em risco a existência de pastas e cargos do primeiro escalão do governo Lula 3

  • Por André Cardoso
  • 31/05/2023 15h55 - Atualizado em 31/05/2023 16h13
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Pablo Valadares/Câmara dos Deputados Câmara dos Deputados Deputados analisam propostas no plenário da Câmara dos Deputados

As bancadas do Partido Liberal e do União Brasil na Câmara dos Deputados decidiram votar contra a Medida Provisória (MP) 1154/2023, mais conhecida como MP dos Ministérios. A informação foi confirmada por interlocutores das legendas ao site da Jovem Pan nesta quarta-feira, 31. No total, os os partidos somam 158 votos contrários ao texto, que define a estrutura dos ministérios do governo Lula 3. O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, também confirmou a posição contrária à matéria em mensagem no Twitter. “Depois de conversar com os colegas da bancada do PL, decidimos fechar questão contra a Medida Provisória 1151/2023, que reestrutura os ministérios, criando 37 pastas ministeriais”, escreveu o político, sem dar detalhes. Embora Costa Neto não tenha especificado, a decisão do Partido Liberal – sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro – faz parte das mobilizações da oposição para travar a votação, considerado uma das cinco prioridades do Palácio do Planalto.

Como antecipou o site da Jovem Pan, deputados da oposição, especialmente aqueles vinculados à bancada do agronegócio, articulavam desde o início da semana para deixar a MP dos Ministérios caducar. Ou seja, fazer com que a medida provisória não seja votada até a quinta-feira, 1º. Agora, no entanto, o movimento ganha apoio do União Brasil, partido que integra a base de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e detém três pastas na gestão petista. Se a articulação surtir efeito, o Executivo sofrerá um revés histórico: a primeira medida da terceira gestão do petista perderá a validade. Mais do que isso, o presidente da República seria obrigado a se adequar ao organograma estabelecido pela gestão Jair Bolsonaro – isso afetaria a dinâmica de diversos órgãos criados e remanejados, com a perda de 15 pastas e, consequentemente, de apoio no Parlamento. “O que a oposição quer, e também parte da bancada do Centrão, se puder articular, é deixar caducar e colocar o governo em uma saia justa”, disse um deputado à reportagem.

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