Vereador Camilo Cristófaro é desfiliado do PSB após fala racista na Câmara de São Paulo

Processo foi mais rápido porque presidente estadual da legenda apenas acatou pedido de afastamento do parlamentar feito anteriormente, em 28 de abril, evitando uma expulsão, mais lenta e com direito ao contraditório

  • Por Jovem Pan
  • 04/05/2022 11h37
Afonso Braga - 12-02-2020 Vereador de São Paulo, Camilo Cristófaro Vereador Camilo Cristófaro disse uma fala racista durante reunião na Câmara Municipal de São Paulo da qual participava virtualmente na última terça-feira, 3

O PSB de São Paulo desfiliou o vereador Camilo Cristófaro após fala racista na tarde da última terça-feira, 3, durante sessão da CPI dos Aplicativos da Câmara Municipal de SP. Ao participar virtualmente do encontro, Cristófaro não percebeu que seu microfone estava ligado ao dizer “não lavaram a calçada. É coisa de preto, né?”. A fala teve reação dos colegas de partido e pedidos de punição pelos socialistas. O vereador havia pedido anteriormente afastamento do partido e, por isso, sua desfiliação veio mais rápido, antes mesmo do diretório estadual do PSB acolher a denúncia de racismo e instalar procedimento de investigação e julgamento contra o parlamentar. Segundo a assessoria de comunicação do partido, o presidente estadual da sigla, Jonas Donizette aceitou o pedido de afastamento feito em 28 de abril para evitar um processo de expulsão, que levaria mais tempo, com direito a contraditório e ampla defesa.

A fala racista do deputado provocou forte protesto de socialistas e pedidos de punição. Os deputados federais Danilo Cabral (PE), Marcelo Freixo (RJ) e Milton Coelho (PE) ingressaram com uma representação na Comissão de Ética do partido na qual pediram a expulsão do parlamentar. Eles classificaram a conduta de Critófaro como “incompatível com o decoro e a ética partidária […] Além de criminosa, tal conduta [de Cristófaro] afronta o programa do PSB, bem como o Estatuto e o Código de Ética do partido. Trata-se de comportamento incompatível com o decoro e a ética partidária exigida como conduta para qualquer militante, e, sobretudo, àqueles que ocupam funções públicas representando a legenda”.

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