Polônia elege presidente amanhã, como prévia às eleições gerais
Nacho Temiño.
Varsóvia, 9 mai (EFE).- Os eleitores poloneses estão convocados para escolher amanhã seu presidente, nas eleições que são consideradas uma prévia das gerais de outubro, onde a política europeísta do governo de Varsóvia aspira a manter sua hegemonia após quase uma década, frente ao auge dos radicais antissistema.
Todas as pesquisas apontam a que o atual presidente e membro da Plataforma Cidadã (PO), Bronislaw Komorowski, chefe de Estado desde 2010, será o ganhador com 40% dos votos. Atrás está seu principal rival, o candidato da Lei e Justiça (PiS), Andrzej Duda, com previsão de conquistar 30% dos votos e que se consolidou como a alternativa ao liberalismo econômico e ao europeísmo sem fissuras que representa Komorowski.
A cena política polonesa esteve dominada por anos pela tradicional rivalidade entre o centro-direita do PO, o partido governante desde 2007, e o nacionalista-conservador (PiS), do polêmico Jaroslaw Kaczynski.
Durante esta campanha, Komorowski protagonizou um discurso no qual destacou a importância de fortalecer o exército polonês perante possíveis invasões e alertou do risco que o conflito da Ucrânia se estenda a outros países da região.
Duda, por sua vez, foi além e defendeu políticas sociais e uma redução de impostos, muito ao estilo do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, ao que somou sua aberta oposição à fertilização in vitro.
No entanto, as pesquisas também refletem uma irrupção de novas forças políticas antissistemas que ameaçam o controle do PO e PiS, entre as que se destaca o terceiro posto em intenções de voto ocupado pelo popular roqueiro Pawel Kukiz, com mais de 10% dos votos, segundo as pesquisas.
As previsões apontam a um segundo turno, previsto para o próximo dia 24, no qual se acredita que Komorowski voltará a ganhar e renovará seu mandato. Caso isso aconteça, Duda anunciou que serão “duas semanas que sacudirão a política polonesa”, e alertou que, como aconteceu ontem no Reino Unido, haverá surpresas frente ao previsto pelas pesquisas.
Além de previsões e surpresas, tanto a Plataforma Cidadã quanto a Lei e Justiça utilizaram esta campanha eleitoral para medir suas forças para às eleições gerais. Para elas, as enquetes também dão uma posição de vantagem ao PO, embora sem alcançar a maioria absoluta.
As eleições gerais serão as primeiras às que a Plataforma Cidadã não contará com seu líder mais carismático, Donald Tusk, que ocupa desde dezembro a presidência do Conselho Europeu.
Será a atual primeira-ministra, Ewa Kopacz, quem assumirá o Executivo após a saída de Tusk, que enfrentará às urnas no pleito no qual também se espera que outras forças alternativas, como a do polêmico antissistema Janusz Korwin-Mikke, surjam fortes no panorama eleitoral.
De fato Korwin-Mikke, qualificado por Kaczynski como “um patogênico da vida pública polonesa”, já aparece em quarto lugar nas intenções de voto para estas presidenciais, com cerca de 5% de votos.
Tanto PO quanto o PiS sabem que quem ganhar às eleições dará um grande passo rumo ao pleito geral. EFE
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