Polônia planeja repatriar milhares de poloneses deportados por Stalin

  • Por Agencia EFE
  • 29/09/2015 20h41
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Varsóvia, 29 set (EFE).- A primeira-ministra da Polônia, Ewa Kopacz, anunciou nesta terça-feira um plano para repatriar os milhares de poloneses e seus descendentes deportados à Ucrânia e ao Cazaquistão durante a ditadura de Josef Stalin na URSS, uma decisão que chega em pleno debate sobre o futuro dos refugiados que estão chegando à Europa.

Kopacz pretende submeter o plano ao parlamento antes do final desta legislatura, que termina em 25 de outubro com a realização de eleições gerais.

O Executivo poderia destinar mais sete milhões de euros para este programa de repatriação que, como explicou Kopacz, “não será um processo fácil”, já que muitos dos descendentes dos poloneses deportados na década de 1930 perderam contato com a língua polonesa e precisarão de ajuda para encontrar trabalho no país centro-europeu.

O plano procura trazer de volta as dezenas de milhares de pessoas de origem polonesa que vivem principalmente na Ucrânia e no Cazaquistão, mas também em outros pontos da antiga União Soviética.

Até o momento, e por causa da guerra no leste da Ucrânia, as autoridades polonesas facilitaram a entrada na Polônia de 180 ucranianos de origem polonesa que viviam nas zonas mais afetadas pelo conflito armado.

A medida anunciada por Kopacz é uma resposta às críticas feitas no país ao programa de refugiados proposto pela União Europeia, que argumentam que a primeira obrigação da Polônia deveria ser atender os poloneses expatriados durante a ditadura de Stalin, e não aos sírios que estão chegando agora ao continente.

O plano foi divulgado em meio a uma campanha eleitoral que se radicalizou após a chegada de centenas de milhares de refugiados à Europa, com o partido opositor, de corte nacionalista, Lei e Justiça favorito nas pesquisas.

Mais da metade dos poloneses (56 %) é contra acolher refugiados muçulmanos, opinião que pesou nas políticas do atual governo e que é fundamental para entender a beligerância inicial com que a Polônia se opôs ao sistema de cotas proposto pela UE.

Após essas reservas iniciais, a primeira-ministra, Ewa Kopacz, aceitou uma cota inicial de dois mil refugiados, e depois deu seu sinal verde para mais cinco mil, embora tenha mantido a preferência pelos refugiados cristãos. EFE

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