Ponte Seven Miles: a luta contra o tempo no meio do oceano
Beatriz Alesanco.
Miami, 15 set (EFE).- A velha ponte Seven Miles, que une o sul da Flórida com a ilha de Key West, no extremo sudeste dos Estados Unidos, aguenta a duras penas a passagem do tempo, abandonada a sua sorte, enquanto as autoridades buscam uma fórmula para salvá-la do desabamento definitivo.
Esta via, que em alguns lances discorre paralela a outras pontes muito mais modernas e robustas, põe em perigo os navegantes da região por conta de seu mal estado e da falta de conservação.
Erguida no meio de uma paisagem idílica e caribenha, rodeada por águas de cor esmeralda e turquesa, a ponte Seven Miles não é famosa só por sua contribuição ao mundo do cinema, mas sim pelo o que a sua construção representou para a engenharia.
A intenção das autoridades é “restaurar” a ponte e devolvê-la a seu estado de meados dos anos 30 para permitir a entrada de pedestres, bicicletas e o tráfego de veículos leves, além de veículos dos serviços de urgência e resgate.
Esse é, pelo menos, o plano que explicou à Agência Efe Dennis J. Fernández, administrador encarregado da manutenção de estruturas do distrito, que lembrou que a reforma deve começar em 2016.
O custo da obra vai passar dos US$ 77 milhões, segundo o acordo fechado entre o Departamento de Transporte da Flórida, o condado de Monroe e a cidade de Marathon.
Graças ao cinema, a ponte conhecida como Old Seven (Velha 7) é uma das mais famosas e longas do mundo. Nela foram gravadas algumas das cenas de ação mais impactantes do cinema americano, como a perseguição encenada por Arnold Swarzenegger e Jamie Lee Curtis em “True Lies”, e também algumas ações de “Missão Impossível” e “007 – Permissão para Matar”.
O homem responsável por essa obra prima da engenharia foi Henry Flagler, um empresário que propôs a construção da “velha ponte” para chegar de trem até a última ilhota, Key West, mediante a via denominada “Overseas Railroad” (Ferrovia sobre o mar).
“A Flórida tem uma dívida de gratidão com Henry Flagler, que teve a visão e os meios para executar a oitava maravilha do mundo em engenharia”, explicou Bernar Spinard, presidente da organização Amigos da Old Seven.
Bernard descreveu a ponte como um “símbolo vivo” da história da Flórida, que representou a abertura deste estado “para o turismo sustentável” e um ponto-chave e decisivo em seu “desenvolvimento econômico”.
Atualmente, existem duas estradas paralelas, a primeira delas a velha, muito danificada pelo furacão “Donna”, em 1960.
A segunda é a que cruza pela ponte nova, construída entre 1978 e 1982, que substituiu em suas funções de transporte a Old Seven, que hoje é utilizada para a pesca e para o acesso a Cayo Pigeon.
Desde então, a obra de engenharia passou a ser um emblema da região e está incluída no registro Nacional de Lugares Históricos desde 1979.
A ponte também foi centro de polêmica migratória, mas o problema foi resolvido. EFE
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