População da Crimeia vai às urnas em referendo separatista
Simferopol (Ucrânia), 16 mar (EFE) – A república separatista da Crimeia abriu, neste domingo, os colégios eleitorais para realizar o referendo no qual seus habitantes escolherão entre a reunificação com a Rússia e a ampla autonomia no seio da Ucrânia.
Um milhão e meio de crimeanos devem ir às urnas, embora a minoria tártara, cerca de 12% da população, tenha decidido boicotar a consulta, que foi tachada de anticonstitucional pelo parlamento ucraniano.
Os colégios abriram as portas às 08h (local, 03h em Brasília) e fecharão às 20h. A apuração começará logo depois, mas os resultados oficiais só serão divulgados a partir de segunda-feira.
As autoridades separatistas habilitaram mais de 1.200 colégios eleitorais em toda a península, que serão guardados por soldados das milícias de autodefesa, supostamente para evitar incidentes criados por provocadores encomendados por Kiev.
Embora a OSCE não tenha enviado uma missão para supervisionar o andamento da consulta, observadores estrangeiros vindos de países como a Espanha, Polônia e China estão na Crimeia para acompanhar o processo.
Na cidade portuária de Sebastopol, que depende administrativamente de Kiev, também acontece um referendo separatista em que estão chamados a votar mais de 300 mil pessoas, mais de 90% delas de russos étnicos.
Representantes das minorias ucranianas e tártara denunciaram que o governo crimeano se prepara para falsificar os resultados do plebiscito para garantir a vitória da opção russa.
No entanto, os russos étnicos representam 60% da população, o que faz com que a maioria dos analistas dão como certo o apoio dos eleitores à entrada do território banhado pelo Mar Negro na Federação Russa.
Nesse caso, as autoridades falarão em breve com o presidente russo, Vladimir Putin, para que aceite este território no seio da Federação Russa, um processo que levaria vários meses.
A Crimeia seguiu adiante com o referendo apesar de ontem a Rada Suprema (parlamento) da Ucrânia ter dissolvido p parlamento separatista, que convocou a consulta e aprovou esta semana uma Declaração de Independência.
Estados Unidos, União Europeia e a grande maioria da comunidade internacional garantiu que não reconhecerá os resultados do referendo separatista na Crimeia e defendem a integridade territorial da Ucrânia.
Enquanto isso a Rússia, que vetou uma resolução de condenação ao referendo no Conselho de Segurança da ONU, afirmou que respeitará a opinião da maioria da península conquistada pelo império russo no século XVIII e cedida à Ucrânia em 1954.
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