População de rua cresce no interior de São Paulo

  • Por Estadão Conteúdo
  • 29/06/2016 09h01
São Paulo - Maria Ivani dos Santos Lima dorme nas ruas do centro de São Paulo enfrentando temperaturas próximas a 0°, Praça Ramos, região central (Rovena Rosa/Agência Brasil) Rovena Rosa/Agência Brasil Morador de rua - AGBR

As principais cidades do estado de São Paulo registraram considerável aumento no número de moradores de rua nos últimos anos. Em seis importantes cidades, como Campinas, São José dos Campos, Ribeirão Preto, Sorocaba, São José do Rio Preto e Santos, as prefeituras contabilizam, no total, 3 mil pessoas nas ruas, mas a quantidade pode ser maior. Entidades que atuam no setor observaram aumento na demanda por refeições e cobertores.

Cidades mais próximas da capital, como Campinas e Sorocaba, receberam moradores de rua que migraram da Grande São Paulo. O aumento maior, porém, de acordo com agentes sociais, deve-se ao movimento interno de pessoas que deixam a casa por alcoolismo e drogas, além de famílias que têm moradia, mas vão para a rua em busca de alimentação. 

É o que acontece com o clã do auxiliar de limpeza Sérgio Rodrigues dos Santos, de 35 anos. Rodrigues, junto à mulher, Jaíne do Carmo Lima, de 23, e três filhas passam as noites sob a marquise de uma agência bancária, na Praça Coronel Fernando Prestes, em Sorocaba. 

“Moramos num cômodo sem janela, sem chuveiro e com porta improvisada, na Vila Barão, mas a gente vem para o centro para não deixar as crianças com fome”, disse Jaíne. A moça conta que a situação se agravou depois que Sérgio perdeu o emprego, há oito meses.

Embora a prefeitura de Sorocaba informe que a cidade tem 300 moradores de rua, os grupos de assistência estimam o dobro. A administração municipal informou dispor de 138 vagas para a população de rua em sete entidades conveniadas, em número considerado suficiente para o atendimento já que “grande parte dessa população opta por permanecer nos espaços públicos”.

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