Por racismo, Justiça francesa impede que comediante Dieudonné atue em Tours

  • Por Agencia EFE
  • 10/01/2014 12h25
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Paris, 10 jan (EFE).- O Tribunal Administrativo de Orleans, no centro da França, validou nesta sexta-feira a proibição do espetáculo do polêmico humorista Dieudonné, que aconteceria nesta noite na cidade de Tours, em virtude de uma ordem ministerial aprovada ontem pelo Conselho de Estado francês, máxima instância administrativa do país.

O humorista espera também que esse mesmo tribunal se pronuncie sobre seu espetáculo programado para amanhã em Orleans e proibido pela Prefeitura dessa cidade.

O comediante, alvo do Governo por suas reiteradas brincadeiras antissemitas que lhe custaram sete sentenças fixadas definitivamente por injúrias racistas, tinha recorrido ao tribunal para tentar prosseguir com sua turnê, que havia começado na cidade de Nantes.

No entanto e após várias decisões judiciais com caráter de urgência, esse espetáculo foi cancelado depois que o Conselho de Estado concordou com a opinião do ministro do Interior, Manuel Valls, que considera que os ataques à dignidade das pessoas constituem um problema de ordem pública e que evitá-los deve prevalecer sobre o direito à liberdade de expressão.

Valls tinha ordenado no início da semana aos delegados do Governo da França que impedissem em suas jurisdições as atuações de Dieudonné, de 47 anos, que devia iniciar ontem uma turnê por 22 cidades francesas com seu espetáculo “Le Mur”, que já estreou em Paris.

A decisão ficou conhecida quando já estavam reunidos aos arredores da sala vários seguidores do artista, aos quais Dieudonné pediu calma através de sua página no Facebook.

“Buscam o enfrentamento físico, portanto voltem para suas casas cantando o hino nacional da França”, escreveu Dieudonné, que disse que nesta sexta-feira publicará um vídeo em seu canal no YouTube.

Cerca de 52% dos franceses se manifestaram a favor da proibição dos espetáculos do comediante, embora 64% acreditem que não é uma medida eficaz para lutar contra o antissemitismo, segundo uma pesquisa elaborada entre 7 e 8 de janeiro pela internet pelo instituto sociológico CSA para o site conservador “Atlantico.fr”. EFE

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