Poroshenko diz que não permitirá rompimento de acordos de Minsk para a paz

  • Por Agencia EFE
  • 25/01/2015 13h28

Kiev, 25 jan (EFE).- A Ucrânia não permitirá a ruptura dos acordos de paz assinados em setembro em Minsk e trabalhará para garantir sua completa aplicação, disse neste domingo o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, ao abrir a sessão de urgência do Conselho de Segurança Nacional e Defesa (CSND) de seu país.

“Não permitiremos romper os acordos de Minsk. Tudo deve se basear exclusivamente nele. E agora devemos garantir seu total e ineludível cumprimento, também através do Grupo de Contato (Rússia, Ucrânia e a OSCE)”, ressaltou o governante ucraniano.

Dois dias depois que os separatistas iniciaram uma ampla ofensiva contra as tropas ucranianas em toda a frente que percorre o leste do país, Poroshenko mostrou preocupação pela declarada intenção dos pró-Rússia de colocar fim às negociações e conquistar todo o território das regiões de Donetsk e Lugansk.

O presidente ucraniano reiterou que Kiev adere aos acordos assinados em setembro na capital bielorrussa “sobre a implementação do plano de paz, o fechamento da fronteira (com a Rússia), a libertação dos reféns, a retirada da artilharia pesada e o cessar-fogo”.

Os separatistas deixaram claro que nas atuais circunstâncias -no meio de combates que parecem recuperar a intensidade do passado verão- o reatamento das negociações de paz em Minsk se afasta como possibilidade factível a curto prazo.

“Acho que a convocação do Grupo de Contato em Minsk não faz sentido nas condições atuais”, disse o chefe negociador no processo de paz da autoproclamada República Popular de Lugansk, Vladislav Deinego.

Seu colega na vizinha República Popular de Donetsk (RPD), Denis Pushilin, tachou de “cínicas” as palavras de Poroshenko sobre os acordos de paz e lembrou que foi o presidente ucraniano que ordenou “tomar o aeroporto” de Donetsk, que segundo os pró-Rússia, “devia passar sob nosso controle” em virtude do Protocolo de Minsk.

Enquanto isso, o presidente ucraniano reiterou hoje que o brutal ataque com artilharia que tirou a vida de 30 civis na cidade de Mariupol foi perpetrado pelos separatistas, e assegurou que Kiev dispõe de provas para demonstrar.

“A gravação de conversas telefônicas e por rádio (dos rebeldes) que foram apresentadas pelo Serviço de Segurança da Ucrânia (antigo KGB), demonstra de maneira irrefutável que o ataque foi perpetrado pelos terroristas”, afirmou Poroshenko.

O líder ucraniano, que voltou a pedir o aumento da pressão internacional sobre a Rússia -que Kiev acusa de estar por trás de todas as decisões tomadas pelos separatistas- anunciou durante a sessão do CSND que os ministros das Relações Exteriores da UE se reunirão amanhã para tratar este assunto.

“Amanhã tem que ser realizada uma reunião dos ministros das Relações Exteriores da UE, na qual se coordenarão os passos a seguir para garantir a segurança da Ucrânia e aumentar a pressão sobre a Federação da Rússia”, assegurou Poroshenko.

Trinta civis morreram ontem e quase uma centena ficaram feridos em um ataque com artilharia contra uma zona residencial de Mariupol que se produzia no meio de uma ampla ofensiva lançada pelos rebeldes pró-Rússia em todo o leste da Ucrânia.EFE

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