Poroshenko diz que Putin quer chegar tão longe quanto Europa permitir

  • Por Agencia EFE
  • 12/08/2015 19h18

Paris, 12 ago (EFE).- O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, afirmou que o presidente russo, Vladimir Putin, “quer toda a Europa” e que suas ânsias expansionistas “chegarão tão longe que o permitirem”.

“Com a anexação da Crimeia e a agressão no leste da Ucrânia, Putin partiu o sistema de segurança internacional”, afirmou Poroshenko em entrevista publica nesta quarta-feira pelo jornal “Libération”.

O presidente ucraniano considera possível uma agressão russa à Finlândia, aos países bálticos ou a região do Mar do Norte.

“Quando dizemos que os ucranianos lutam pelo leste do meu país, não o fazem só pela integridade e pela independência da Ucrânia: combatemos pela democracia, pela liberdade e pela segurança de todo o continente europeu”, afirmou.

Poroshenko pediu que a solidariedade europeia continue e que se reforce “a unidade transatlântica porque a segurança mundial está em perigo”, além de apoio financeiro para aplicar as reformas e o cumprimento pleno do acordo de Minsk.

O presidente ucraniano acusou a Rússia de ter nove mil soldados no leste da Ucrânia “equipados com as armas russas mais modernas”, aos que disse ser preciso somar os 60 mil na Crimeia.

Poroshenko assinalou que no contexto de guerra que o país vive e de sua consequnete despesa militar, Kiev conseguiu “reduzir o déficit fiscal, pôr em prática a descentralização, estabelecer o Estado de direito, dirigir uma reforma difícil do sistema judiciário, lutar contra a burocracia e a oligarquia”.

“São reformas muito dolorosas. São impopulares”, estimou Poroshenko, que afirmou que a crise econômica que o país atravessa se deve a “25% da produção industrial estar em território ocupado, e 10% do potencial industrial ter sido destruído pela guerra ou desmantelado para ser levado à Rússia”.

A isso se soma, segundo o presidente, que a Rússia tenha fechado seus mercados em uma “violação das regras da Organização Mundial do Comércio, o que constitui a pior das adversidades à qual o agressor nos submete”, afirmou.

Poroshenko afirmou que estão trabalhando para desmantelar os grupos armados criado ao oeste do país encorajados pela agressão russa, e acusou a “a propaganda russa de exagerar a força e a importância desses criminosos”.

“Temos a situação sob controle”, disse o presidente, que considerou que desde sua chegada ao poder a Ucrânia “construiu um dos melhores e mais potentes exércitos da Europa”. EFE lmpg/cd

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