Porta-voz da Rede não descarta nome de Marina na candidatura à presidência
Isadora Camargo.
São Paulo, 14 ago (EFE).- O deputado federal e porta-voz da Rede Sustentabilidade, Walter Feldman afirmou nesta quinta-feira que não é o momento para se discutir a sucessão da candidatura de Eduardo Campos (PSB) à presidência, mas não descartou a possibilidade da atual candidata a vice, Marina Silva, assumir o posto.
“Neste primeiro momento, não vamos tratar da sucessão de candidatos, nem entre o PSB e a Rede. O legado do Eduardo Campos é de uma aliança programática. Evidentemente, que ele gostaria que ela (Marina) continuasse na ausência dele e nós acreditamos que ela se manterá, mas com características muito diferentes”, declarou o deputado.
Mas, segundo Feldman, Marina Silva pediu para que essa questão não fosse tratada neste momento.
Feldman falou com os jornalistas na frente do Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo, onde ficou cerca de uma hora para acompanhar o trabalho dos cerca de 50 peritos, médicos e especialistas que estão coletando os materiais genéticos das sete vítimas para a identificação e encaminhamento dos corpos.
“Está muito claro que a partir de amanhã nós teremos todos os elementos das vítimas para que haja o confronto com os elementos da genética. É uma logística extremamente complexa, mas há uma confiança muito grande que a partir de sábado os trabalhos acelerem e, a partir daí, hajam as primeiras conclusões”, destacou.
No entanto, Feldman também considerou que o momento é de “solidariedade” e de “chorar pelos mortos” e, por isso, a coligação da chapa encabeçada pelo PSB não tem agenda de reuniões para discutir o andamento da candidatura.
Segundo ele, esta é uma atitude de respeito aos familiares e também pedido de Marina Silva.
“Todo mundo conhece a Marina Silva, sabe do seu rigor em relação à separação das atividades humanas, civis e políticas. Então, a Marina tem recomendado que diante desta situação da identificação, até o velório e sepultamento não tenhamos nenhum tipo de discurso e debate sobre o desdobramento político”.
O deputado ressaltou que não há reunião marcada entre os integrantes da coligação, que vai esperar a conclusão dos trabalhos da perícia e os velórios para “discutir o encaminhamento do processo político”.
Feldman lamentou muito a morte do companheiro político: “Sem Eduardo Campos, é possível mantermos os sonhos da primeira conversa para a formação da chapa”.
O trabalho da perícia continuará sem interrupções até a coleta dos cinco materiais genéticos que faltam.
Por enquanto, os materiais genéticos de um dos pilotos, Marcos Martins, e de um dos assessores políticos presentes no jato, Pedro Valadares, foram coletados, de acordo com as informações da Secretaria de Segurança de São Paulo.
Um perito foi enviado hoje a Governador Valadares, em Minas Gerais, cidade do outro piloto Geraldo Cunha, para coletar a amostra genética da vítima.
De acordo com a Secretaria, o dentista de Eduardo Campos levou ontem ao IML imagens da arcada dentária do político, mas nenhum vestígio da arcada do pernambucano foi recuperada nas investigações do Corpo dos Bombeiros que ficaram no local do acidente, em Santos, até o começo desta noite.
O governo federal vai liberar aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) para levar os corpos aos estados de origem das vítimas para que se realizem o sepultamento. EFE
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