Porto Rico reduz oferta de transporte público para reduzir despesas
San Juan, 15 jul (EFE).- O governo de Porto Rico, asfixiado pelo peso de uma dívida de mais de US$ 72 bilhões e uma iminente falta de liquidez, anunciou nesta quarta-feira cortes no sistema de transporte público, com o ânimo de conter a despesa de um serviço deficiente e pouco utilizado.
O diretor-executivo da Autoridade de Transporte Integrado (ATI), Alberto Figueroa, deu nesta quarta-feira uma entrevista coletiva com os detalhes deste corte, que reduzirá de 37 para 15 as rotas de ônibus oferecidas pela Administração.
Elas serão interrompidas às oito horas da noite, em vez das dez, e não operarão aos domingos, embora o Trem Urbano será mantido, que oferece serviço para os arredores, e serão contratos com provedores privados para que ofereçam serviços semelhantes.
Com estas medidas é possível conseguir uma economia de US$ 9 milhões, detalhou Figueroa, que apontou que “é hora de mudar a forma como se operou por anos”.
“A crise fiscal que atravessamos nos obriga a reinventar nossos serviços, continuar a reduzir custos e melhorar a eficiência do serviço”, acrescentou, após reconhecer que o serviço atual, com um tempo de espera médio de 80 minutos, “não é eficaz”.
Além disso, defendeu, “estamos aumentando (de quatro a sete) as rotas com o operador privado First Transit, dando uma oportunidade à empresa privada de ser parte destas operações”.
A partir de agora focarão em ter mais frequência nos horários de pico (entre segunda e sexta-feira entre 6h e 9h da manhã e de 3h a 7h da tarde), para que a espera não passe dos 30 minutos.
Quanto ao trem, Figueroa acrescentou que igualmente tem “a obrigação de ajustar o horário de serviço devido a situação fiscal”, o que também será feito nas rotas de lanchas que ligam San Juan e Cataño.
Esta reestruturação é mais um passo do governo da ilha, que enfrenta uma crônica falta de liquidez desde o início do novo ano fiscal, em 1º de julho).
Isso levou o governo a iniciar negociações com os credores para tentar renegociar os prazos de devolução da dívida e a tentar aplicar cortes da gastos, sem recorrer à demissão de funcionários públicos.
Também começou hoje a tramitação legislativa de uma norma que permita aos funcionários públicos reduzir sua jornada de trabalho voluntariamente (durante o equivalente a um dia por semana).EFE
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