Portugal defende que está melhor que a Grécia e rejeita comparações

  • Por Agencia EFE
  • 29/06/2015 11h06

Lisboa, 29 jun (EFE).- O governo português procurou nesta segunda-feira afastar a imagem de seu país do cenário da Grécia, com uma defesa do positivo momento econômico pelo qual atravessa, além de lembrar sua bem-sucedida saída do resgate financeiro, ao contrário de Atenas.

O número dois do Executivo luso, o vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, repassou algumas das principais conquistas de Portugal nos últimos tempos e ressaltou que “não há comparação” entre a situação dos dois países apesar de ambos precisarem de assistência financeira internacional.

“Portugal conseguiu fechar o programa com a troika -em maio de 2014- e fez na primeira ocasião, teve a liberdade de não pedir mais tempo e nem mais dinheiro. E neste ano terá um déficit inferior a 3%”, destacou Portas durante seu discurso em um fórum público.

O vice-primeiro-ministro ressaltou igualmente que Lisboa pretende “reembolsar antecipadamente” o empréstimo concedido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) no marco de seu programa de assistência, já que o país é capaz agora de conseguir financiamento colocando dívida no mercado em troca de taxas de juros mais baixas do que as exigidas por este organismo.

Portas também disse que Lisboa se encontra em “um ciclo de crescimento econômico” após sofrer entre 2011 e 2013 três anos consecutivos de recessão.

Desta forma, o governo luso se desvencilhou dos que apontam Portugal como um dos países que poderiam ser mais afetados por uma eventual saída da Grécia do euro devido à fraqueza de sua economia e ao elevado peso de sua dívida pública, que equivale a 130% do Produto Interno Bruto (PIB).

A decisão do Executivo heleno de submeter a um referendo as medidas propostas pelos credores internacionais em troca do desembolso do resgate e a negativa da troika a prorrogar por mais tempo sua ajuda financeira supôs um golpe nas negociações que gerou turbulências nos mercados em nível mundial.

Atenas acabou por impor um “corralito” para evitar a fuga em massa de depósitos após a decisão do Banco Central Europeu (BCE) de não elevar os empréstimos de emergência aos bancos, que se manterão fechados durante os próximos dias e cujos caixas automáticos não permitirão retirar mais de 60 euros por dia. EFE

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