Pouco mais da metade dos países da A. Latina alcançam escolarização universal
Nova Délhi, 9 abr (EFE).- Pouco mais da metade dos países da América Latina alcançaram a escolarização universal e uma quinta parte dos alunos desertam antes de completar sua formação básica em uma região que avança em educação, mas segue tendo quase quatro milhões de crianças foram do sistema educacional.
Essas são algumas das conclusões do relatório mundial de Educação para Todos (EPT) da Unesco apresentado nesta quinta-feira em Nova Délhi, Paris e Nova York e que repassa os sete objetivos traçados em matéria educativa entre 2000 e este ano, uma meta que na América Latina e no Caribe só Cuba alcançou.
Na América Latina “e no conjunto do mundo somente a metade dos países alcançaram o objetivo da EPT no qual se centrava a máxima atenção: a escolarização universal de todas as crianças em idade de cursar o ensino primário”, assinala o relatório.
Com relação a isso, a Unesco indica que “na região há ainda 3,7 milhões de crianças sem escolarização neste ciclo de ensino”, e que a Guiana e o Paraguai “estão muito longe de alcançar este objetivo” com 80% das crianças na escola primária.
O relatório aponta que “em 2012, 16% das crianças sem escolarização de toda a região” se concentravam na Colômbia como consequência do conflito.
Além disso, o documento ressalta que “mais de um quinto dos alunos do ensino primário da região desertam da escola antes de ter terminado”, algo que “não experimentou mudança alguma desde 1999”.
O diretor do relatório, Aaron Benavot, indicou à Agência Efe em Nova Délhi que na América Latina “muitos países fizeram grandes progressos para fazer com que suas crianças vão às escolas”, mas em certas partes da América Central ainda restam amplas povoações marginais ou indígenas que, ou não estão no sistema, ou deixam a escola muito cedo.
Benavot destacou, além disso, que um dos desafios para esta região é manter as crianças no sistema educacional no trânsito entre a educação primária para o ensino médio.
Os jovens “finalizam o ciclo do ensibo primário, mas começam a trabalhar”, indicou Benavot.
Benavot ressaltou que a América Latina deve melhorar seus resultados de aprendizagem, mas ressaltou os progressos feitos em países como Chile, Uruguai, Costa Rica e Cuba.
No documento, a Unesco também destaca os avanços no Brasil e na Guatemala na hora de dar acesso à escola primária a crianças de famílias pobres, elogiando o êxito “dos sistemas de transferência de dinheiro”.
A região avançou em ensino pré-escolar, que aumentou 75% no conjunto da região, embora pouco mais da metade dos países da região, incluído Chile, Equador, México e Peru, conseguiram que a taxa de matrícula alcançasse um índice de 80%.
O Paraguai volta a estar no fim da fila nesta linha, acompanhado pela República Dominicana, com menos de 40% de crianças escolarizadas nesta idade.
No ensino médio, “13% dos países da região conseguiram escolariação na totalidade da população em idade de cursar esse ciclo e outros 17% se aproximam muito deste resultado”, diz o relatório.
Com relação ao analfabetismo em população adulta, os índices diminuíram 26% em toda a região, “uma porcentagem muito afastada dos 50% previstos neste objetivo”, assinala o texto.
Só Bolívia, Peru e Suriname vão alcançar a meta estabelecida em matéria de alfabetização e outros cinco se aproximarão, enquanto “Colômbia e Nicarágua ainda estão muito distantes” de alcançá-lo.
“No conjunto da região, há ainda cerca de 33 milhões de pessoas adultas que carecem de conhecimentos básicos de leitura e escritura. 55% delas são mulheres”, segundo a Unesco.
Em matéria de igualdade, 60% dos países da região alcançaram a paridade entre meninas e meninos no ensino primário, mas no ensino médio essa porcentagem é de apenas 20%.
“No que diz respeito à matrícula em ensino médio, a América Latina e o Caribe é a única região do mundo onde os homens estão em situação de desvantagem com relação às mulheres”, diz o relatório.
O número total de professores do ensino primário da região aumentou 14% desde 1999, superando os três milhões em 2012, mas no entanto “a capacitação destes segue constituindo um problema grande em muitos países”.
A Unesco destaca que em 12 dos 18 países da região que contam com dados relativos ao gasto público em educação foi possível observar que seu índice supera o do crescimento econômico, mas ainda existem grandes disparidades dependendo dos países. EFE
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