Povo judeu celebra Páscoa, que lembra a saída do Egito

  • Por Agencia EFE
  • 14/04/2014 15h44
Judeu ortodoxo queima pedaços de pão na parte de fora de Tel Aviv EFE Judeu ortodoxo queima pedaços de pão na parte de fora de Tel Aviv

Daniela Brik.

Jerusalém, 14 abr (EFE).- Os judeus de todo o mundo começam a celebrar nesta segunda-feira sua Páscoa ou “Pessach”, uma festividade na qual se abstêm de comer pão e alimentos fermentados durante sete dias, marcando assim o início da primavera e o êxodo que os salvou da escravidão no Egito há 3.500 anos.

A celebração, que se prolonga até 22 de abril, começa nesta noite com o jantar do “Seder”, uma reunião em família em que já não há fermento e que todo judeu, seja ortodoxo, secular ou reformista, celebra com alegria.

Durante a noite, é contada a épica saída do Egito, guiada por Moisés, e as pessoas comem os alimentos que simbolizam as amarguras e as infelicidades que seus antepassados viveram durante aquela travessia no deserto.

Assim, ao longo da noite os convidados reunidos em torno da mesa leem e cantam a “Hagada”, que conta a história dos israelitas sob o jugo do faraó, os diversos pedidos de Moisés para que libertasse seu povo, das Dez Pragas que caíram sobre o Egito e a fuga de milhares de pessoas atravessando um Mar Vermelho aberto em canal.

A celebração é principalmente para as crianças. A elas, os pais contam a lenda e os fazem ficar acordados participando das tradicionais canções e da busca por um pedaço de pão sem fermento, o “Afikoman”, escondido em algum cantinho da casa.

Mais no final, diversas fogueiras são acesas em todo o país. Nesse momento, os mais tradicionalistas queimam os últimos pedaços de pão, que substituirão, a partir de hoje, por uma espécie de torta fina feita com água e farinha.

A história conta que, tendo que escapar o mais rápido possível do Egito, os israelitas não puderam assar o pão corretamente e tiveram que se conformar com uma massa não fermentada, a “matza”.

Há dias, vários supermercados mantêm lacrados e cobertos com lonas as seções com produtos que contêm fermento, assim como os cereais e os legumes. No entanto, nos últimos anos, o costume de não comer cereais parece estar perdendo força, pois um de seus principais argumentos, que data da Idade Média na Europa e apontava que os grãos podiam se misturar entre os legumes, não têm mais sentido na moderna Israel.

Entre as comunidades sefarditas (descendentes dos judeus que viveram na Península Ibérica) a proibição nunca foi aceita e o consumo de legumes durante a Páscoa continuou.

O “Pessach” coincide neste ano com a Semana Santa católica e ortodoxa, um dos momentos de grande fluxo de turistas e peregrinos na região. Segundo cálculos do Ministério de Turismo de Israel, 125 mil visitantes irão ao país nesses dias e 85% irão a Jerusalém.

“É emocionante e um privilégio poder passar a festa da liberdade em Israel”, afirmou à Agência Efe Verónica Polaski, uma turista argentina. Respeitando a tradição de não comer pão durante a semana pascal judia, a turista garante que a festividade lembra sua infância, passado, a história da família. EFE

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