PPE vence eleições europeias marcadas pela ascensão da extrema-direita
Bruxelas, 25 mai (EFE).- O Partido Popular Europeu (PPE) venceu neste domingo as eleições para o Parlamento Europeu e se transformará na principal força da Eurocâmara com 212 cadeiras, em pleitos nos quais a ultradireitista Frente Nacional (FN) causou um terremoto na França ao ser a força mais votada.
A Aliança dos Socialistas e Democratas (S&D) será o segundo grupo com mais presença no plenário europeu com 185 cadeiras, enquanto os liberais do ALDE conseguirão 71 representantes.
A quarta força, os Verdes europeus, obtiveram 55 cadeiras, uma redução de apenas dois representantes em relação à situação atual.
Por sua parte, os Conservadores e Reformistas Europeus (ECR) alcançam 40 cadeiras (uma perda notável em respeito aos 57 com os quais contavam até agora), segundo esses dados preliminares.
A Esquerda Unitária Europeia (GUE) obteve 45 cadeiras frente às 35 com as quais contava até agora, em parte graças à vitória do Syriza na Grécia, que fará parte desse grupo parlamentar.
Já o grupo Europeu da Liberdade e a Democracia (EFD) conseguirá um ligeiro aumento chegando às 36 cadeiras.
O grupo dos Não Inscritos, ao qual pertence a Frente Nacional da França, que alcançou 25% dos sufrágios, aumentará dos 33 membros atuais para 40, segundo estes dados.
Além disso, 67 eurodeputados de partidos ainda não ligados a nenhum grupo parlamentar também entraram na Eurocâmara.
Com esses resultados preliminares das eleições europeias, os partidos de esquerda ganharam na Romênia, Portugal, Grécia, Eslováquia e Suécia.
Em países como a França, o movimento dos eurocéticos e os 25% conseguidos por Marine le Pen e sua Frente Nacional, foram um “tsunami político, um terremoto”, nas palavras do primeiro-ministro, Manuel Valls.
Já o candidato à presidência da Comissão Europeia e presidente da atual Eurocâmara, o socialista alemão Martín Schulz, declarou que o resultado obtido por Le Pen representa “um dia ruim para a União Europeia”.
Além da França, as forças eurocéticas também avançaram no Reino Unido, Holanda, Dinamarca e Áustria.
O líder do partido britânico anti-europeu UKIP e presidente do grupo Europeu da Liberdade e a Democracia (EFD), Nigel Farage, viu na ascensão dos eurocéticos a constatação por parte dos eleitores “dos dois grandes erros da UE”.
“Ficou provado que a zona do euro não serve e se abriram as fronteiras a países ex-soviéticos onde o salário é nove vezes inferior que no Reino Unido”, lamentou o eurodeputado britânico.
As pesquisas também tinham previsto uma queda da participação cidadã neste pleito, os primeiros que se realizam depois das medidas de austeridade adotadas pelos países da União Europeia para enfrentar a crise econômica.
No entanto, a queda foi de apenas um décimo, uma vez que a adesão cidadã se situou em 43,1% contra 43% das eleições de 2009.
“Freamos a abstenção. Não é um resultado perfeito, não estamos satisfeitos, mas pelo menos é a primeira vez que reduzimos a abstenção”, disse o presidente em fim de mandato do grupo parlamentar do PPE, Joseph Daul, em uma primeira reação aos resultados provisórios das eleições. EFE
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