Praias tailandesas de Khao Lak estão lotadas de turistas 10 anos após tsunami

  • Por Agencia EFE
  • 25/12/2014 11h10

Noel Caballero.

Khao Lak (Tailândia), 25 dez (EFE). – As praias de Khao Lak estão lotadas de turistas sorridentes nesta quinta-feira, véspera do décimo aniversário do tsunami que deixou mais de três mil mortos só neste turístico cantinho do oeste da Tailândia.

Os turistas relaxam nas redes e estendem suas toalhas sobre a reluzente areia branca com a felicidade de quem desfruta simplesmente de férias neste paraíso tropical do Sudeste Asiático.

Um dia muito parecido com o de milhares de viajantes em 26 de dezembro de 2004 nesse mesmo lugar, antes da chegada de gigantescas ondas originadas por um terremoto na Indonésia que arrasaram, até transformar em uma paisagem lunar, a costa oeste de seis províncias tailandesas, entre elas Phang Nga, onde está Khao Lak.

O tsunami deixou 5.400 mortos e 2.800 desaparecidos na Tailândia, um número relativamente pequeno se comparado ao total de 230 mil vítimas do terremoto que atingiu 15 países banhados pelo oceano Índico. Ao contrário de outros lugares, os estrangeiros foram uma grande parte das vítimas na Tailândia.

“Quase 70% dos mortos em Khao Lak foram pessoas de origem caucasiana, por isso houve tanta exposição midiática”, lembrou Apichat Wonroen, gerente de um resort de luxo.

Dez anos depois, os luxuosos complexos turísticos e as pitorescas cabanas de bambu voltaram a Khao Lak. Restaurantes de comida ocidental, salas de massagem tailandesa com vista para o mar, pequenos supermercados, casas de câmbio e outros estabelecimentos se misturam novamente nas ruas adjacentes à praia principal.

“Então, muito pouca gente sabia que era um tsunami e não existiam os sistemas de alarme de hoje. Se algo parecido voltasse a acontecer, o resultado seria diferente”, declarou à Agência Efe Marco Nesta, um turista italiano de 43 anos que fugiu do inverno europeu para aproveitar as festas de fim de ano na Tailândia.

O Centro Nacional de Alertas de Desastre e Divulgação tailandês tem 138 torres instaladas e três sofisticadas boias com sensores para detectar a formação de ondas gigantes, perto do litoral no Golfo de Martaban, que compartilha com Mianmar.

Segundo as autoridades locais, diante de um eventual tsunami, as boias enviarão um sinal às torres de alerta montadas ao longo do litoral e nas ilhas e, em 15 minutos, os canais de televisão, emissoras de rádio e agências de notícias estarão prontos para informar à população.

O sistema de alarme está montado, mas os recursos para sua manutenção começam a escassear, alertou o subdiretor do departamento de Organizações Internacionais do Ministério das Relações Exteriores da Tailândia, Kanchana Patarachoke.

“Espero que os países doadores façam contribuições adicionais por causa do décimo aniversário do tsunami”, disse Kanchana em um evento em Bangcoc com correspondentes internacionais.

Na cidade de Khao Lak, algumas dos sinais que mostram a rota de evacuação perante uma possível nova catástrofe estão desbotadas pelo tórrido calor ou em lugares pouco visíveis em instantes de pânico coletivo.

As autoridades tailandesas renderão amanhã um tributo às vítimas do tsunami de 2004 em uma cerimônia no Monumento para a Lembrança, onde serão lidas poesias, se acenderão velas e haverá orações em vários credos em homenagem aos mortos. EFE

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