Preço da cesta básica na Venezuela aumentou 163,6% em um ano, segundo ONG
Caracas, 20 jul (EFE).- A cesta básica familiar na Venezuela aumentou 163,6% desde junho de 2014 e, com o custo atual, uma família necessita de quase oito salários mínimos para cobrir suas necessidades, informou nesta segunda-feira o Centro de Documentação e Análise para os Trabalhadores (Cendas).
“Entre junho do ano passado e junho deste ano temos 163,6% de aumento porque a cesta alimentícia custava 20.560,85 bolívares há um ano e um ano depois, 54.204,69”, declarou à Agência Efe o diretor do Cendas, Oscar Meza.
O custo da cesta básica (moradia, serviços, saúde, vestuário e higiene) estimado para uma família de cinco membros é equivalente a US$ 3.263,62 no câmbio oficial mais baixo de 6,3 bolívares por dólar, ou a US$ 271,15 na taxa mais alta estimada para o Sistema Marginal de Divisas (Simadi), de cerca de 200 bolívares por dólar.
“A variação mensal (maio-junho) da cesta alimentícia básica ficou em 26,5% que vem sendo 11.357,73 bolívares”, acrescentou Meza baseando-se nos dados de um relatório divulgado hoje pela instituição.
Atualmente são necessários quase oito salários mínimos para poder cobrir a cesta básica de uma família venezuelana, segundo o relatório.
O estudo defende que “a variação mensal da cesta básica familiar é causada pelo aumento de preços de seis dos sete grupos que a integram. Em primeiro lugar, vestuário e calçado aumentou 2.156 bolívares, ao subir de 4.461,67 para 6.618,33 bolívares (48,3%), como média mensal”.
O aumento registrado no último mês representa o mesmo que 1,7 salário mínimo (atualmente é de 7.421,67 bolívares/US$ 1.178 no câmbio mais baixo de 6,3 bolívares), um aumento “grande”, considerando que “um professor ganha entre um e dois salários mínimos”, destacou Meza.
De acordo com o analista, entre janeiro e junho o custo de vida – medido através desta cesta básica – “aumentou 24.027,87 bolívares, porque a cesta básica custava 30.176.82 em dezembro, e isso equivale a 79,6% de inflação”.
Este seria, segundo o diretor da instituição, um aumento “histórico” na Venezuela, que não tinha registrado um dado mensal desta natureza “nos últimos 20 anos”. EFE
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