Preço da energia elétrica influencia na inflação, mas presidente tenta “esconder” a verdade
O preço da energia elétrica está começando a influenciar os índices de preços, apesar do esforço da presidente Dilma Rousseff para esconder a verdade sobre a inflação. Os aumentos autorizados pela Aneel já representaram fatia generosa na terceira medição de abril do IPCS da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Para o coordenador da pesquisa a situação no setor está maquiada, mas, em pouco tempo, deverá mostrar o quanto a situação é feia.
Em entrevista à Denise Campos de Toledo, o professor Paulo Piquet explicou que a dúvida no mercado se refere à data dos aumentos de tarifas.
“Nessa semana, entre os ítens de maior contribuição, aparece a tarifa de eletrcidade residencial, que já está com aumento de 0.55 na média do Brasil. Mas ele vai subir, porque justamente nas últimas semanas teve a própria Aneel autorizando o reajuste em várias distribuidoras das capitais. De uma forma ou de outra, ela vem contaminando as expectativas de inflação de médio e longo prazo e o ajuste é só uma questão de saber quando ele vai ser feito”, contou o professor.
A maquiagem do governo Dilma no superávit fiscal deste ano é causa de crise na Câmara de comercialização da energia elétrica. Segundo o economista Adriano Pires três conselheiros pediram demissão porque poderiam responder com bens pessoais pelo socorro às distribuidoras.
“Quando o governo mandou a CCE ser responsável por esse empréstimo de 11, 12 bilhões já é uma maquiagem. Na realidade, quem teria que estar colocando esse dinheiro era o Tesouro Nacional. Mas pro Tesouro Nacional não colocar para não refletir no superávit primário, se criou essa mágica”, explicou o economista.
A economista Helena Randal culpou o governo Dilma pela confusão criada pelo empréstimo de R$ 11 bilhões para fechar o rombo das distribuidoras. De acordo com ela, a presidente apelou para o populismo eleitoral e deu um choque de ineficiência no setor.
“Se as distribuidoras tivessem seus contratos de concessão respeitados, se esse aumento de custo de energia tivesse passado pra tarifa, elas não estariam precisando de empréstimo nenhum. Quem está precisando usar as distribuidoras pra fazer política eleitoral é o governo. É totalmente diferente”, disse.
Randal falou ainda que o governo Dilma decidiu estimular o consumo de energia elétrica com tarifas mais baratas no momento de escassez. A economista explicou que sem a sinalização correta no sistema de preços, o mercado esbanjou na conta de luz e agora vai pagar pelo erro do planalto.
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