Preço da energia elétrica influencia na inflação, mas presidente tenta “esconder” a verdade

  • Por Jovem Pan
  • 25/04/2014 16h58
  • BlueSky
FOZ DO IGUAÃ?U, PR, 18.03.2014 - ENERGIA / USINA DE ITAIPU / FOZ DE IGUAÃ?U - Vista da rede de distribuição de energia da hidrelétrica de Itaipu nesta terça-feira(18), localizada no rio Paraná, na fronteira entre Brasil e o Paraguai, construida por ambos os países no período de 1975 a 1982, em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. Considerada a maior usina em produção de energia do mundo. Conforme a empresa a usina possui 20 unidades geradores e 14.000 MW de potência instalada, forneceu, em 2013, cerca de 16,9% da energia consumida no Brasil e 75% do consumo paraguaio. A Usina de Itaipu faz parte da lista das Sete maravilhas do Mundo Moderno, elaborada em 1995 pela revista Popular Mechanics, dos Estados Unidos. Esta lista foi feita com base numa pesquisa realizada pela Associação Norte-Americana de Engenheiros Civis (Asce) entre engenheiros dos mais diversos países. (Foto: Paulo Lisboa / Brazil Photo Press) *** PARCEIRO FOLHAPRESS - FOTO COM CUSTO EXTRA E CRÉDITOS OBRIGATÓRIOS *** Paulo Lisboa/Brazil Photo Press/Folhapress Torre de energia na região sul do país

O preço da energia elétrica está começando a influenciar os índices de preços, apesar do esforço da presidente Dilma Rousseff para esconder a verdade sobre a inflação. Os aumentos autorizados pela Aneel já representaram fatia generosa na terceira medição de abril do IPCS da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Para o coordenador da pesquisa a situação no setor está maquiada, mas, em pouco tempo, deverá mostrar o quanto a situação é feia.

Em entrevista à Denise Campos de Toledo, o professor Paulo Piquet explicou que a dúvida no mercado se refere à data dos aumentos de tarifas.

“Nessa semana, entre os ítens de maior contribuição, aparece a tarifa de eletrcidade residencial, que já está com aumento de 0.55 na média do Brasil. Mas ele vai subir, porque justamente nas últimas semanas teve a própria Aneel autorizando o reajuste em várias distribuidoras das capitais. De uma forma ou de outra, ela vem contaminando as expectativas de inflação de médio e longo prazo e o ajuste é só uma questão de saber quando ele vai ser feito”, contou o professor.

A maquiagem do governo Dilma no superávit fiscal deste ano é causa de crise na Câmara de comercialização da energia elétrica. Segundo o economista Adriano Pires três conselheiros pediram demissão porque poderiam responder com bens pessoais pelo socorro às distribuidoras.

“Quando o governo mandou a CCE ser responsável por esse empréstimo de 11, 12 bilhões já é uma maquiagem. Na realidade, quem teria que estar colocando esse dinheiro era o Tesouro Nacional. Mas pro Tesouro Nacional não colocar para não refletir no superávit primário, se criou essa mágica”, explicou o economista.

A economista Helena Randal culpou o governo Dilma pela confusão criada pelo empréstimo de R$ 11 bilhões para fechar o rombo das distribuidoras. De acordo com ela, a presidente apelou para o populismo eleitoral e deu um choque de ineficiência no setor.

“Se as distribuidoras tivessem seus contratos de concessão respeitados, se esse aumento de custo de energia tivesse passado pra tarifa, elas não estariam precisando de empréstimo nenhum. Quem está precisando usar as distribuidoras pra fazer política eleitoral é o governo. É totalmente diferente”, disse.

Randal falou ainda que o governo Dilma decidiu estimular o consumo de energia elétrica com tarifas mais baratas no momento de escassez. A economista explicou que sem a sinalização correta no sistema de preços, o mercado esbanjou na conta de luz e agora vai pagar pelo erro do planalto.

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.