Preços administrados devem continuar a pressionar inflação em maio, avalia IBGE
A menor pressão dos preços administrados sobre o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que fechou abril em 0,71% – resultado 0,61 ponto percentual inferior aos 1,32% de março –, não deverá se repetir na taxa de maio.
A avaliação é da coordenadora de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes dos Santos, que comentou hoje (9) o comportamento dos preços que compõem o indicador.
Segundo ela, embora tenha subido em abril, a inflação medida pelo IPCA, se comparada aos três primeiros meses do ano, apresentou redução de preços, principalmente por causa da menor pressão dos preços controlados, sobretudo da energia elétrica, que, após fechar março com variação de 22,08%, despencou para apenas 1,31% em abril.
Ainda assim, os preços da tarifa de energia elétrica já acumulam alta de 38,12% nos primeiros quatro meses do ano e de 59,93% no acumulado dos últimos 12 meses.
Para a coordenadora do IBGE, haverá também a pressão dos preços dos serviços, “que teimam em se manter em patamar elevado, e dos alimentos, principalmente o tomate, que voltou a pressionar a inflação”.
De acordo com Eulina Nunes, apesar da queda, 0,71% ainda é um patamar elevado, com vários itens que compõem o consumo das famílias apresentando resultados significativos e contaminados pela alta dos preços controlados, como é o caso da energia elétrica que influencia toda a cadeia de produtos.
“O reajuste dos administrados, inclusive e especialmente energia, combustível e taxa de água de esgoto, está presente em diversos outros itens da economia, penalizando o bolso do consumidor.”
A coordenadora do IBGE lembrou que a variação de preços dos produtos monitorados acumula inflação de 9,31% nos quatro primeiros meses do ano, enquanto o IPCA acumula alta de 4,56%. Nos últimos 12 meses, a alta acumulada de preços administrados alcança 13,39%, enquanto a inflação do período é 8,17%.
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