Prefeito local morre em acidente relacionado com protestos no sudeste do Peru

Lima, 6 set (EFE).- O prefeito Rosalío Sánchez do distrito de Kepashiato, no sudeste do Peru, morreu neste sábado e outra pessoa está desaparecida, por causa de um acidente ocorrido na província de La Convención, onde um grupo de moradores fazia um protesto contra a construção de uma hidrelétrica e de um gasoduto, informou a imprensa local.

A autoridade local viajava em um carro que caiu no rio Vilcanota durante a madrugada de hoje (hora local) junto com outras quatro pessoas, três das quais foram resgatadas pela polícia e outra permanece desaparecida.

O corpo de Sánchez foi encontrado a quatro quilômetros da ponte Pavayoc, o local do acidente, declarou seu filho Rudy Sánchez à “RPP Notícias”.

O filho do prefeito disse que seu pai foi colocado dentro do porta-malas do veículo pelos efetivos da Polícia Nacional, quando estava descansando nas imediações da ponte Pavayoc.

Esta é a segunda morte em La Convención no contexto dos protestos iniciados há mais de uma semana, pois na última terça-feira um menor de 16 anos que participava de uma mobilização morreu por um ferimento de bala.

Segundo depoimentos divulgados hoje pela imprensa local, o veículo levava manifestantes que tinham sido presos pela polícia para uma delegacia local.

No entanto, na altura da ponte Pavayoc, o veículo caiu no rio com todos os seus ocupantes dentro.

Os manifestantes locais garantiram que a polícia foi responsável pela queda do automóvel, enquanto o chefe policial da região, Máximo Sánchez, declarou que o motorista perdeu o controle do veículo depois de uma manobra.

Dezenas de policiais foram mobilizados em La Convención para desbloquear as estradas tomadas pelos manifestantes, que protestam contra a construção do Gasoduto Sul Peruano e da hidrelétrica de Santa Teresa.

O chefe policial Máximo Sánchez negou as versões que alegam os agentes causaram o acidente, ao tentar levar os manifestantes à força, e afirmou que a polícia respeita os direitos humanos da população.

Sánchez acrescentou que a polícia faz suas intervenções com conhecimento da promotoria, da defensoria pública e na presença dos meios de comunicação.

“Meu comando está tomando todas as medidas para reforçar todos os postos, nós respeitamos os direitos humanos de todas as pessoas, mas os manifestantes têm que entender que devem respeitar o direito à liberdade e ao livre transito dos habitantes”, disse o policial.

O defensor público, Eduardo Vega, reiterou hoje seu pedido de “fim imediato da violência” em La Convención e informou que as autoridades dessa província desejam estabelecer um diálogo com o governo central.

“Devemos conter esta situação atualmente, já que várias pessoas estão morrendo em diversas circunstâncias, mas no contexto das manifestações que estão ocorrendo nesta província”, disse Vega após lamentar a morte do prefeito distrital. EFE