Premiê britânica faz discurso nacionalista e promete melhora da economia

  • Por Estadão Conteúdo
  • 05/10/2016 12h09
EFE Theresa May - EFE

A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, fez há pouco um discurso nacionalista, com alfinetadas para a oposição e promessa de dias melhores para a economia do país. O pronunciamento ocorreu no último dia da convenção do Partido Conservador, que ocorre desde domingo em Birmingham. As palavras da premiê foram na mesma linha ufanista apresentadas dias antes por outros membros, como o ministro da Fazenda, Philip Hammond. Ele e o ex-prefeito de Londres Boris Johnson foram os mais filmados durante a apresentação de Theresa, que foi televisionada por todos os canais de notícias do país.

Logo no começo de sua fala, a primeira-ministra relatou que nos últimos dias têm perguntado muito para ela sobre se o país possui um plano para o Brexit. “Sim, nós temos”, afirmou, sendo interrompida pela primeira vez por uma grande salva de palmas do público da legenda. Segundo ela, se todos fizerem sua parte, “grandes coisas vão acontecer”.

Theresa lembrou que, em junho, as pessoas votaram por uma mudança e disse hoje que a mudança esperada virá. “É uma revolução silenciosa que está acontecendo no nosso país”, destacou. Para ela, o país vive hoje um ponto de virada, em que uma geração inteira retoma a possibilidade de comandá-lo novamente.

A premiê agradeceu o seu antecessor, David Cameron, que renunciou ao cargo com a vitória do Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia) nas urnas. Ela o chamou de um “grande líder” e de um “grande servidor” do país. Em seguida, citou números negativos sociais e da economia dos últimos anos. “Se a gente não pegar essa oportunidade, os ressentimentos vão aumentar e as divisões vão ficar mais arraigadas”, disse, acrescentando que isso poderá se tornar um desastre para o Reino Unido.

Salientando que se trata de um país de sucesso, Theresa afirmou que o Reino Unido é uma união histórica, que gera orgulho e que não pode se deixar dividir. Ela prometeu apresentar um plano para diminuir as injustiças e descreveu a região como um país de decência, justiça e “determinação tranquila”. “É hora de rejeitar modelos ideológicos”, afirmou, acrescentando que o governo precisa dar passos para frente, e não para trás. “Temos a responsabilidade de governar para uma nação inteira.”

O primeiro passo, conforme a premiê, será a consolidação do Brexit. “Como eu disse no domingo, vamos começar a fazer uma coisa óbvia – levar o Reino Unido para fora da União Europeia.” Mesmo assim, disse que os europeus são amigos e citou, por exemplo, a necessidade de continuação da colaboração na luta contra o terrorismo. “Estamos saindo da União Europeia, mas não do continente europeu”, considerou. “Mas não vamos mais deixar a União Europeia tomar conta da nossa imigração, isso não vai acontecer mais”, continuou. Disse ainda que a ideia de sair do bloco é para que o Reino Unido se torne um país “completamente soberano e independente”.

Em relação à oposição, Theresa disse que a convenção do Partido dos Trabalhadores realizada na semana passada mostrou que o partido está mais do que dividido e o acusou de estar lutando contra eles mesmos. Em um momento ela chegou a classificar o partido como “desagradável”.

A primeira-ministra prometeu ainda identificar lugares que têm potencial de contribuir com o crescimento econômico e, a partir daí, gerar milhões de novos empregos. “O Partido Conservador vai sempre acreditar no mercado livre”, afirmou e disse que, para ela não importa quem seja, mas que o governo irá atrás de sonegadores de impostos. Ao final de seus discurso, disse que a sua missão e a do partido é a de governar para todos e não para uns “poucos privilegiados”.

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