Premiê da China chega ao Brasil com pacote de acordos multimilionários

  • Por Agencia EFE
  • 18/05/2015 13h02

Brasília, 18 mai (EFE).- O primeiro-ministro da China, Li Keqiang, será recebido nesta terça-feira pela presidente Dilma Rousseff, um encontro que deve concretizar acordos de US$ 50 bilhões entre os dois países, incluindo importantes projetos de alcance regional.

O Brasil será a primeira escala de um tour que inclui também visitas do primeiro-ministro à Colômbia, Peru e Chile. A viagem reforçará o caráter estratégico da América Latina para a China, que pretende elevar seus investimentos na região em US$ 250 bilhões na próxima década.

Li será recebido amanhã com honras de chefe de Estado por Dilma, com quem, segundo anunciaram fontes do governo, assinará mais de 30 acordos bilaterais que podem somar US$ 50 bilhões em negócios e investimentos em vários setores da economia brasileira.

De acordo com o subsecretário-geral de Política do Ministério das Relações Exteriores, José Alfredo Graça Lima, esses acordos serão nas áreas de agricultura, aeronáutica, peças para automóveis, eletricidade, equipamentos de transporte, estradas, portos, energia, siderurgia, entre outros.

Um desses pactos representa o início do processo de venda de 60 aviões da Embraer a duas companhias aéreas chinesas, aquisição definida em meados do ano passado, durante uma visita do presidente da China, Xi Jinping, ao país.

Em Brasília, será assinado um contrato para a venda das primeiras 22 aeronaves desse pacote. No total, a negociação é avaliada em US$ 3 bilhões, segundo cálculos de especialistas no mercado aeronáutico.

Também serão firmados convênios de cooperação no setor ferroviário, que podem abrir as portas para investimentos multimilionários chineses no país, uma área que Dilma colocou como o centro de seus planos de infraestrutura para os próximos anos.

Um dos projetos ventilados tem amplitude regional: a construção de uma ferrovia entre a costa atlântica do nordeste do Brasil e os portos peruanos do Oceano Pacífico.

“Essa ferrovia transoceânica seria um grande corredor para as exportações”, afirmou Graça Lima, explicando que os detalhes da proposta serão negociados com o Peru.

O governo federal pretende, além disso, concluir as longas negociações para a reabertura do mercado chinês para a carne brasileira, limitadas desde o fim de 2012 quando foi registrado no país um caso atípico do mal da “vaca louca”.

Fontes do governo disseram à Agência Efe que o processo só depende de uma “decisão burocrática”, que pode ser formalizada durante a visita de Li.

Dilma também explorará com o primeiro-ministro possíveis alternativas para aumentar o comércio com a China, que se mantém como o maior parceiro do Brasil no mundo, mas com um fluxo de negócios que reduziu 6% em 2014, quando chegou a US$ 78 bilhões.

A tendência de retração, que contribuiu com o déficit comercial de US$ 3,93 bilhões do Brasil no ano passado, se manteve nos primeiros meses de 2015 e preocupa o governo, que aposta nas exportações para ajudar a abalada economia do país.

Após a passagem por Brasília, Li irá ao Rio de Janeiro, onde na quarta-feira conhecerá as instalações do metrô, que usa trens chineses, e visitará uma feira de equipamentos chineses.

Depois, o primeiro-ministro chinês viajará à Colômbia, segunda escala do tour sul-americano que terá sequência no Peru e será encerrada no Chile, países que, junto com o México, integram a Aliança do Pacífico. EFE

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