Premiê da Holanda condena saques no local de queda do avião na Ucrânia

  • Por Agencia EFE
  • 19/07/2014 15h22
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Bruxelas, 19 jul (EFE).- O primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, disse neste sábado estar “comovido” com o abandono e os saques que estão acontecendo no local onde estão espalhados os destroços do avião malaio que caiu na quinta-feira na Ucrânia com 298 passageiros a bordo.

“Estou comovido com as imagens do lugar. As pessoas caminham por aí com os pertences pessoais das vítimas. É francamente repugnante”, disse Rutte em entrevista coletiva, retransmitida ao vivo pelas cadeias de televisão nacionais.

O primeiro-ministro holandês denunciou que os saques podem alterar a investigação das circunstâncias do acidente e exigiu o “acesso sem impedimentos” ao local.

Nesse sentido, em Amsterdã, a Associação de Bancos Holandeses (NVB) pediu a adoção de medidas de prevenção diante da informação de que foram saqueados cartões bancários que estavam entre os destroços do avião acidentado, segundo um comunicado da organização.

Ele disse que teve uma “intensa conversa telefônica” hoje com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e que também falou com o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron.

Rutte confia que o primeiro grupo de especialistas holandeses que participará da investigação poderá realizar seu trabalho sem impedimentos.

Em Kiev, o ministro holandês das Relações Exteriores, Frans Timmermans, ficou furioso ao saber que existem informações que indicam que corpos de algumas das vítimas da tragédia foram retirados do local em que caiu o avião malaio.

Timmermans chegou a Kiev na noite de sexta-feira com uma equipe de especialistas legistas que participarão da investigação e hoje se reuniu com o presidente, Petro Poroshenko, reiterou que “a Holanda não descansará até levar os culpados do desastre aos tribunais”.

“E não me refiro só aos que apertaram o gatilho, mas também aos que tornaram isso possível. Acho que a comunidade internacional deve se unir por esta razão”, disse o chefe da diplomacia holandesa.

“A Holanda está de luto e quer repatriar sua gente para casa. Recuperar os cadáveres é nossa primeira prioridade, e dadas as circunstâncias, é um grande desafio”, lamentou o ministro holandês de Relações Exteriores em referência às dificuldades que os rebeldes pró-russos estão pondo na Ucrânia oriental para facilitar o acesso dos analistas da OSCE ao local do acidente.

A recuperação dos corpos dos 298 falecidos na tragédia, 193 holandeses, “vai ser uma operação complexa que vai levar algum tempo”.

A queda do avião “abriu os olhos da Europa sobre o que realmente acontece na Ucrânia” e que seu país a partir de agora “será mais ativo para promover ações mais decididas pela União Europeia”, em referência à adoção de mais sanções econômicas contra a Rússia, um assunto que os ministros de Exteriores abordarão na próxima terça-feira em Btruxelas. EFE

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