Premiê da Ucrânia diz que possível guerra com Rússia não teria fim

  • Por Agencia EFE
  • 12/03/2014 20h43

Washington, 12 mar (EFE).- O primeiro-ministro interino da Ucrânia, Arseni Yatseniuk, advertiu nesta quarta-feira que “não haveria fim” para um possível confronto militar direto entre Rússia e Ucrânia, garantindo que, aconteça o que acontecer, as eleições presidenciais em seu país serão realizadas conforme o previsto.

“Nós e todos aqueles no mundo que queiram preservar a paz e a estabilidade temos que fazer tudo o que podemos para evitar o derramamento de sangue. Se começar, não haverá fim”, disse Yatseniuk após se reunir com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em uma conferência no centro de estudos Atlantic Council.

O primeiro-ministro interino ressaltou que a Rússia tentou “provocar” a Ucrânia e “esperava a declaração de uma lei marcial” para o início deste mês, quando a Duma (parlamento russo) autorizou o presidente russo, Vladimir Putin, a intervir militarmente na Ucrânia.

No entanto, o governo ucraniano foi “muito cauteloso” porque prefere uma solução diplomática e “entende a proporção entre forças russas e ucranianas: só em instalações aéreas, o índice é 1 (ucraniana) para cada 98 (russas)”, acrescentou Yatseniuk.

“Qual é o interesse da Rússia? Revisar o resultado da Segunda Guerra Mundial, restaurar a União Soviética ou preservar a estabilidade na região?”, questionou o primeiro-ministro interino.

Apesar do clima de instabilidade na península pró-russa da Crimeia, Yatseniuk se mostrou “seguro” em relação à realização do pleito presidencial, previsto para o dia 25 de maio, e assegurou que a mesmo será “livre e justo”, inclusive com a presença de observadores internacionais.

“Entendemos que alguns farão muitas coisas para minguar este processo eleitoral, para adiar as eleições, mas temos um calendário e estamos preparados. No dia 25 de maio teremos uma imagem clara de quem será o próximo presidente da Ucrânia”, acrescentou.

“Meu governo está preparado para sacrificar seu capital político para resolver esta crise”, ressaltou o primeiro-ministro interino.

Pouco antes de se reunir com a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, Yatseniuk ressaltou a necessidade de um programa de ajuda por parte dessa instituição para reestabilizar a economia ucraniana.

Questionado sobre a possibilidade de uma solução política à crise no país, Yatseniuk respondeu que, neste aspecto, o primeiro fator seria “começar um diálogo e negociar”, incluindo as reivindicações da Crimeia, que, segundo ele, poderia receber mais autonomia “sobre impostos e outros aspectos, como o idioma”.

“Estamos preparados para dar início a este processo, mas de forma constitucional, com todas as partes (envolvidas) na mesa”, afirmou o primeiro-ministro ucraniano, que ressaltou que, enquanto o parlamento ucraniano não altera suas leis, o referendo sobre a possível anexação da Crimeia à Rússia, que será realizado no próximo domingo, é “ilegítimo e inconstitucional”. EFE

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