Premiê de Trinidad acusa ex-vice-presidente da Fifa de tentar suborná-la

San Juan, 24 jun (EFE).- A primeira-ministra de Trinidad e Tobago, Kamla Persad Bissessar, afirmou nesta quarta-feira que seu ex-ministro de segurança nacional (2011-2013) e ex-vice-presidente da Fifa, Jack Warner, tentou suborná-la no passado para que o restituísse como membro de seu governo.

A governante respondeu assim aos documentos apresentados na terça-feira por Warner nos quais ele acusava a coalizão governante Congresso Nacional Unido, liderada por Persad Bissessar, de corrupção e outras condutas criminosas.

A premiê explicou hoje à agência de notícias “CMC” que, no passado, Warner ameaçou divulgar as informações que esses documentos e algumas gravações continham para tentar fazer com que ela o renomeasse ministro.

Warner renunciou a seu cargo em 2013 em meio a acusações de fraude no período em que presidiu a Concacaf.

“Ele pediu para que fosse recolocado em sua posição governamental e ameaçou que, se isso não acontecesse, iria derrubar todo o governo”, declarou a premiê.

Warner, de 72 anos e contra quem a Interpol expediu uma ordem de prisão, é acusado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos de de corrupção em seu período como dirigente da Fifa.

Em resposta às declarações da primeira-ministra, Warner negou hoje a suposta tentativa de suborno e acrescentou que a governante “não podia oferecer nada” que ele “quisesse”.

“Quero reiterar à comunidade nacional que o pior ainda está por vir”, disse o ex-político, sem entrar em detalhes.

O principal partido opositor, o Movimento Nacional do Povo, pediu à polícia que analise as alegações de Warner, que nas últimas semanas divulgou gravações e documentos, incluindo cópias de cheques, acusando de corrupção o governo de Persad Bissessar.

Warner é um dos 14 acusados no recente escândalo de corrupção que abalou a Fifa e disse que lutará para evitar a extradição aos EUA. Sua próxima audiência na justiça de Trinidad e Tobago está prevista para 9 de julho. EFE