Premiê turco se reúne com Erdogan para iniciar formação do novo governo

  • Por Agencia EFE
  • 09/06/2015 08h03
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Istambul, 8 jun (EFE).- O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, se reunirá nesta terça-feira com o primeiro-ministro do país, Ahmet Davutoglu, para encarregá-lo da formação do novo governo como líder do AKP, o partido islamita que venceu as eleições do último domingo, mas perdeu a maioria absoluta que tinha no parlamento desde 2002.

A reunião ocorrerá no palácio presidencial na tarde de hoje e deve marcar o início da negociação sobre a nova composição. Ao eleger 258 deputados, segundo os resultados ainda provisórios – 18 a menos que o necessário para a maioria absoluta -, Davutoglu deve buscar uma coalizão ou optar por um governo de minoria.

Ambas as opções são consideradas complicadas. Os outros três principais partidos no parlamento já descartaram totalmente a hipótese ou colocaram uma série de requisitos para fazer um acordo com o AKP.

O esquerdista e pró-curdo HDP, que entrou pela primeira vez no parlamento com um grupo próprio de 80 deputados, prometeu logo depois do fim da apuração que não apoiará de forma alguma um governo do AKP, partido fundado pelo presidente Erdogan.

Segundo o jornal “Hürriyet Daily News”, o ultranacionalista MHP poderia aceitar um governo bipartidário caso o AKP aceite suspender o processo de paz com a guerrilha curda, puna os membros do partido envolvidos em corrupção e descarte o plano de reforma constitucional de Erdogan, que pretende transformar a Turquia em uma república presidencialista.

O principal partido da oposição, o social-democrata CHP, negou oficialmente a possibilidade de formar coalizão com AKP. Fontes do partido disseram à Agência Efe, inclusive, que não excluem formar um grupo triparditário oposicionista com o HDP e o MHP.

A hipótese também é considerada difícil pelos abismos ideológicos que separam o HDP, defensor dos curdos, e o MHP, contrário ao grupo minoritário da Turquia.

O mercado financeiro não considera com ruim uma grande coalizão do AKP com o CHP, mas os analistas concordam que Erdogan jamais aceitaria um pacto desse tipo porque perderia toda a influência sobre o Executivo turco.

Se Davutoglu insistir em formar uma coalizão contra a vontade de seu mentor, Erdogan poderia tentar derrubar o atual chefe do AKP no próximo congresso do partido em agosto, indica hoje o “Hürriyet”.

A capacidade de encontrar um consenso será colocada a prova nesta semana, já que os partidos precisam escolher o presidente do novo parlamento da Turquia até a sexta-feira. EFE

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