Presidência do Burundi não descarta atraso das eleições
Bujumbura, 17 mai (EFE).- A presidência do Burundi afirmou neste domingo que não descarta atrasar as eleições legislativas e presidenciais previstas o fim do mês, como pediram líderes regionais e a comunidade internacional após os violentos protestos contra o atual líder, Pierre Nkurunziza.
Questionado pela imprensa após a primeira aparição oficial de Nkurunziza depois do fracassado golpe de Estado de quarta-feira, o porta-voz da presidência, Willy Nyamitwe, disse que o país está sob a ameaça do grupo terrorista somali Al Shabab.
Nyamitwe declarou que o calendário eleitoral pode ser revisado se necessário depois da tentativa golpista, segundo a imprensa local.
Enquanto isso, o partido governante, o Conselho Nacional para a Defesa da Democracia (CNDD-FDD), continuou neste domingo com sua campanha eleitoral com um comício no distrito de Kamenge, onde Nkurunziza fez a primeira aparição pública após a tentativa de golpe.
O presidente também concedeu uma coletiva de imprensa no palácio presidencial em Bujumbura, onde afirmou que o Burundi está sendo ameaçado pelo grupo jihadista Al Shabab, sem se referir aos incidentes dos últimos dias na capital.
A calma na cidade após a prisão dos principais líderes da revolta continuou neste domingo em Bujumbura, onde as organizações que convocaram as manifestações das últimas semanas avisam que voltarão a sair às rua caso o presidente não desista de se candidatar a um terceiro mandato.
No dia 25 de abril, o CNDD-FDD anunciou que Nkurunziza voltaria a candidatar às eleições presidenciais de junho para um terceiro mandato, embora a Constituição do país limite a dois períodos de cinco anos a permanência no poder.
A decisão de manter a candidatura desencadeou uma onda de violentos protestos que causaram a morte de 20 civis e 12 soldados golpistas e que provocou a saída de mais de cem mil burundineses do país. EFE
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