Presidente da Colômbia diz que quer “continuar as negociações” com as Farc

  • Por Agencia EFE
  • 19/11/2014 20h00
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Bogotá, 19 nov (EFE).- O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, disse nesta quarta-feira que pretende “continuar as negociações” de paz com as Farc em Cuba, suspensas por seu governo na segunda-feira após o sequestro do general Rubén Darío Alzate no noroeste do país.

“Precisamos derrubar as armas e a violência, e temos que terminar esse conflito armado, por isso eu espero que este impasse em Havana seja resolvido logo”, disse na cidade colombiana de Ataco, no departamento de Tolima, onde pediu o apoio de Cuba e Noruega, países fiadores do processo de paz, para resolver a situação.

Nesta quarta-feira se completam exatos dois anos desde o início das negociações entre o governo colombiano e as Farc em Havana, diálogos nos quais, segundo afirmou Santos, houve avanços nunca antes alcançados nos processos anteriores que “por diversos motivos falharam e fracassaram”.

O chefe de Estado ressaltou que esses processos podem ter falhado porque “talvez (faltou) vontade política” ou porque não tiveram as condições necessárias, o que não deve ocorrer neste caso, de modo que o conflito armado que castiga a Colômbia há mais de 50 anos chegue ao fim.

Santos espera que o impasse gerado após o sequestro do general Alzate, do cabo Jorge Rodríguez e da advogada Gloria Urrego, que o acompanhavam no domingo em uma visita a Las Mercedes, em Chocó, e a suspensão dos diálogos “sejam resolvidos em breve”.

O presidente colombiano agradeceu ao embaixador da Noruega, Lars Vaagen, presente no evento, e às autoridades cubanas por conseguir retomar os diálogos que buscam a paz.

“Queremos continuar as negociações para terminar esta guerra que já tirou muito sangue de todos os colombianos”, acrescentou.

Santos também aproveitou o evento para enfatizar que a superação do conflito armado é mais que a assinatura de um acordo em Havana e que deve ser feita com a implementação de políticas no país em prol de uma maior igualdade, reparação das vítimas e impulso econômico.

O presidente exemplificou algumas das políticas desenvolvidas por seu governo em termos de logística, educação, reparação de vítimas e combate à pobreza que, na sua opinião, são exemplos da vontade de construção da paz.

Santos lembrou que, antes de iniciar o processo de paz, muitos o advertiram que não o fizesse porque resultaria “muitos inimigos e problemas” e o recomendaram manter o trabalho que realizou como ministro da Defesa “simplesmente administrando a guerra”. Segundo ele, preferiu optar pela paz.

Desde o início do processo, Santos enfrentou “todos os tipos de tropeços, como tudo na vida”, assim como “obstáculos e inimigos”, como previram.

“Logo chegaremos a esse destino. Não importam os obstáculos, as tempestades ou os inimigos, chegaremos ao porto de destino, que é uma Colômbia em paz”, concluiu Santos. EFE

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