Presidente da Colômbia ordena suspensão de bombardeios contra as Farc

Bogotá, 10 mar (EFE).- O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, ordenou nesta terça-feira que as Forças Militares suspendam os bombardeios contra os acampamentos das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) por um mês, em resposta ao cessar-fogo unilateral e indefinido que a guerrilha mantém desde 20 de dezembro.

“Para promover a redução do conflito, decidi dar a ordem ao ministro da Defesa e aos comandantes das Forças Armadas de interromper os bombardeios sobre os acampamentos das Farc durante um mês”, disse o presidente em um pronunciamento ao país.

Essa decisão foi tomada depois que Santos reconheceu que as Farc “vêm cumprindo” o cessar-fogo, segundo lhe confirmaram os comandantes militares e a polícia, além de outras autoridades regionais.

O presidente relatou que depois desse mês de suspensão dos bombardeios será feita uma revisão do cumprimento do cessar-fogo unilateral por parte das Farc. “De acordo com seus resultados, decidiremos se vamos continuar com essa medida”, disse.

Em seu discurso em rede nacional de rádio e televisão, Santos advertiu que, em todo caso, o governo não renunciará aos bombardeios se houver uma “ameaça iminente” por parte das Farc.

“A polícia seguirá cumprindo com sua obrigação de proteger todos os colombianos e não vai descuidar de um só centímetro de nosso território”, enfatizou.

Além disso, esclareceu que a suspensão temporária dos bombardeios não significa que não possam ocorrer enfrentamentos com as Farc durante operações de patrulha e de controle militar do território, porque “essas são as regras de jogo”.

Santos lembrou que quando tomou a decisão de negociar com as Farc foi acordado que as conversas aconteceriam no meio do conflito, o que não impediria a adoção de medidas para reduzir a intensidade da guerra, como a que foi anunciada hoje.

O cessar-fogo unilateral e indefinido das Farc é uma dessas medidas por parte da guerrilha, disse Santos, ao ressaltar os avanços conseguidos nas negociações de paz que acontecem em Havana desde novembro de 2012.

O presidente também destacou o recente anúncio das Farc de que não vai mais recrutar menores de 17 anos e o acordo firmado no fim de semana passado para iniciar a remoção de minas antipessoais e artefatos explosivos no país. EFE

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