Presidente da Fiesp rebate frase de Levy: “A presidente é a mesma; não adianta justificar aumento de impostos”

  • Por Jovem Pan
  • 27/02/2015 20h02
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Reprodução/Facebook Paulo Skaf

Após o governo publicar medida provisória nessa sexta-feira reduzindo a desoneração de impostos da folha de pagamento de diversos setores econômicos, o ministro da Fazenda Joaquim Levy afirmou que a redução de impostos não estava ajudando a combater o desemprego. “Vários estudos nos mostram que isso não tem protegido o emprego”, disse.

Em entrevista a Thiago Uberreich na Jovem Pan, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Paulo Skaf, criticou o conteúdo da fala de Levy. “Quando foi feita a medida, a presidente da república é a mesma nesse e no governo passado”, considerou. “O mesmo governo anunciou que a desoneração da folha aumentava o emprego”.

“Os ministros entram e saem, agora a responsável número um é a presidente”, ponderou Skaf pedindo coerência nos discursos e chamando tal mudança de “contradição imperdoável”. “Não adianta achar justificativas para aumentar impostos”, opinou, acrescendo que o Brasil “não aguenta mais” tais aumentos de tributos. “O governo Dilma passado afirmou que a medida gerou emprego; agora o mesmo governo diz que a medida não gera emprego.”

“Vamos Lutar”

Skaf, que concorreu ano passado à vaga de governdor de São Paulo e filiado ao PMDB, disse também que não vai aceitar tão facilmente a medida provisória. “A reação nossa será muito forte”, garantiu. “Nós vamos lutar no Congresso contra esse aumento do imposto, não tenha a menor dúvida disso.”

“Retrocesso”

A MP 669 provoca alta de até 150% na tributação da folha de pagamento. Quem pagava 1% pagará 2,5%. Quem tinha alíquota de 2% terá de arcar agora com 4%. Para Skaf, essa é mais uma má notícia num 2015 cuja situação “não está fácil”, com previsão de PIB negativo, além das crises hídricas e energéticas. “É lamentável esse retrocesso”, disse, em relação aos impostos, que “já são muito elevados”.

“Quando reduziu o imposto na folha de pagamento, foi para gerar emprego, aumentar a competitividade”, lembrou. Agora, Skaf acredita que a medida “vai gerar desemprego, reduzir a competitividade brasileira, enfraquecer as empresas (empresas fracas é emprego fraco)”.

“Quando o governo fala em fazer ajuste fiscal, deveria ser cortando as despesas do governo e não aumentando ainda mais impostos”, opinou.

Custo Brasil

Skaf entende que a medida atrapalhará também a competitividade do País. “O Brasil tem um problema de competitividade – os custos no Brasil já são muito elevados”, avaliou. “Quando você aumenta imposto, você agravou mais ainda (essa situação)”.

“A indústria, que tem participação de 13% na economia, já paga 33% dos impostos, um terço, já é bastante castigada com impostos elevados”, disse.

“Se aumenta impostos fosse a solução, os problemas do Brasil estavam todos resolvidos”, concluiu.

Ouça a entrevista completa no áudio acima.

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