Presidente da Gâmbia acusa potências de apoiar tentativa de golpe
Nairóbi, 1 jan (EFE).- O presidente da Gâmbia, Yahya Jammeh, acusou potências estrangeiras de ter apoiado a tentativa de golpe de Estado realizado na madrugada da terça-feira por um grupo de militares que aproveitaram sua ausência no país para atacar o Palácio Presidencial, informou nesta quinta-feira a imprensa local.
Em sua primeira declaração pública desde que estes eventos aconteceram, Jammeh não se referiu a eles como uma tentativa de golpe de Estado, mas como um “ataque armado” em Banjul, capital do país.
“Foi um ataque realizado por grupos terroristas apoiados por potências estrangeiras que não vou nomear agora”, disse ontem à noite em mensagem à nação televisionada por causa do Ano Novo e reproduzida hoje pelo jornal gambiano “Jollofnews”.
Jammeh também explicou aos gambianos que as forças de segurança confiscaram dos agressores armas fabricadas nos Estados Unidos e que os serviços de inteligência do país darão mais detalhes sobre os atacantes nas próximas horas.
Apesar de que desde um primeiro momento a comunidade internacional tenha qualificado este ataque contra o Palácio Presidencial como uma tentativa de golpe de Estado, o ministro de Assuntos Presidenciais da Gâmbia, Kalilou Bayo, afirmou imediatamente que, contrariamente aos rumores, “a paz e a tranquilidade continuam governando na Gâmbia”.
O Conselho de Segurança da ONU condenou ontem a tentativa de golpe de Estado no país africano e pediu que “a União Africana e as Nações Unidas apresentem ajuda para que a situação volte ao normal, e que tudo aconteça dentro da serenidade”.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também realizou uma chamada para que se mantenha a calma no país africano e apelou “a todas as partes para que exerçam contenção e se abstenham de futuras ações de violência”.
Yahya Jammeh chegou ao poder em 1994, com apenas 29 anos, após um golpe de Estado e desde então ganhou quatro eleições consecutivas, embora tenha recebido várias denúncias por violar direitos humanos e castigar a sociedade civil e a oposição. EFE
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