Presidente da Guatemala mantém imunidade e evita acusação de corrupção

  • Por Agencia EFE
  • 13/08/2015 23h19

Cidade de Guatemala, 13 ago (EFE).- O Congresso da Guatemala decidiu nesta quinta-feira não retirar a imunidade do presidente do país, Otto Pérez Molina, o que era necessário para investigá-lo por dois escândalos de corrupção dos quais foi acusado por um deputado opositor.

A retirada da imunidade foi apoiada por 88 dos 158 deputados do Congresso, um número distante dos 105 votos necessários para que Pérez Molina enfrentasse a Justiça do país centro-americano sem os privilégios de seu cargo.

Outros 26 legisladores se opuseram à moção e 44 estiveram ausentes na sessão ordinária do parlamento, cuja agenda original não incluía a votação, finalmente realizada por solicitação de membros do partido de oposição Liberdade Democrática Renovada (Lider).

Pérez Molina foi denunciado no último dia 20 de maio pelo deputado Amílcar Pop, do partido Winaq, e no dia 10 de junho a Corte Suprema de Justiça (CSJ) começou a tramitar o expediente pela suposta vinculação do presidente com escândalos de corrupção nas alfândegas e no seguro social.

Ambas tramas criminosas foram descobertas em abril e maio pelo Ministério Público e a Comissão Internacional Contra a Impunidade na Guatemala (CICIG) e a primeira delas custou inclusive o posto da então vice-presidente, Roxana Baldetti.

A Corte Suprema aprovou a denúncia de Pop e transferiu o expediente ao Congresso, onde uma comissão investigadora recomendou em julho a retirada da imunidade do governante guatemalteco, que em janeiro deverá entregar o cargo a quem for eleito presidente nas eleições de 6 de setembro.

A denúncia contra Pérez Molina foi interposta perante o Ministério Público por Pop após os dois escândalos de corrupção, pelos quais há mais de 40 suspeitos acusados, incluindo vários altos funcionários de seu governo.

Alguns deles, como o gerente do Banco da Guatemala, Julio Suárez, e o ex-secretário privado de Pérez Molina, Juan de Deus Rodríguez, se encontram em prisão preventiva.

Os quatro delitos pelos quais Pop acusou Pérez Molina são formação de quadrilha, acobertamento próprio, descumprimento de deveres e enriquecimento ilícito em ambos escândalos.

O deputado de oposição já tinha apresentado em abril uma denúncia contra Pérez Molina pelo caso de defraudação no ente arrecadador de impostos, mas a mesma foi desestimada pelo Supremo.

Esses escândalos de corrupção provocaram uma crise política no país, com pelo menos quatro manifestações maciças exigindo a renúncia de Pérez Molina. EFE

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