Presidente da Nigéria admite desconhecer paradeiro de meninas sequestradas

  • Por Agencia EFE
  • 05/05/2014 07h39
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Lagos, 5 mai (EFE).- O presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, reconheceu que o governo desconhece o paradeiro das cerca de 200 meninas sequestradas há duas semanas pela milícia radical islâmica Boko Haram em uma escola no noroeste do país, na cidade de Chikob.

Jonathan deu uma entrevista ontem à noite para as principais emissoras nigerianas para informar sobre as medidas que o Executivo está tomando para resgatar as menores, em meio aos crescentes protestos da população e rumores sobre abusos que as meninas poderiam estar sofrendo.

“Não há nenhuma informação” sobre a localização das estudantes, disse o governante. Jonathan, no entanto, afirmou que a operação de segurança para encontrá-la foi reforçada.

“Toda a informação que dispomos chegou de forma voluntária e buscamos nesses lugares. Estamos usando aeronaves para rastrear a superfície, mas não temos nada”, lamentou.

O presidente assegurou que seu governo não está negociando com o Boko Haram ou outro grupo a libertação das meninas, de maioria cristã.

Jonhatan garantiu que as forças de segurança encontrarão as menores com a ajuda de familiares e de seus professores.

“Solicitamos a máxima cooperação dos tutores e dos pais destas meninas, porque até agora não fomos capazes de fornecer para a polícia uma identidade clara das meninas que têm que ser resgatadas”, declarou.

O líder pediu para países vizinhos como Camarões, Chade e Benin e outros no norte da África ajuda para localizar as estudantes, que segundo alguns “rumores” poderiam ter saído do país.

Esta é a primeira vez que Jonathan comparece perante os meios de comunicação para se pronunciar sobre o sequestro de 14 de abril. Mães, intelectuais e cidadãos vem protestando conta a falta de uma ação mais contundente do governo.

Enquanto segue sem estar claro o número de meninas sequestradas e liberadas, devido à publicação de informações contraditórias pela polícia, exército e os próprios pais, espalham-se rumores sobre abusos por parte de seus sequestradores.

Uma das meninas raptadas que conseguiu escapar relatou que as reféns mais jovens sofriam até 15 estupros por dia e que ela foi oferecida como esposa de um dos líderes da seita.

O Boko Haram, que significa em língua local “a educação não islâmica é pecado”, luta para impor a “sharia” (lei islâmica) na Nigéria, país de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristã no sul.

Desde que a polícia matou em 2009 o líder do Boko Haram, Mohammed Yousef, os radicais mantêm uma sangrenta campanha, que já causou mais de três mil mortos. EFE

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