Presidente da Nigéria declara estado de emergência por surto de ebola

  • Por Agencia EFE
  • 08/08/2014 16h43

Lagos, 8 ago (EFE).- O presidente da Nigéria, Jonathan Goodluck, declarou nesta sexta-feira “estado de emergência” por causa do surto do vírus ebola, que já provocou a morte de duas pessoas no país.

O presidente anunciou, através de um comunicado, um Plano de Intervenção Especial que terá US$ 11,6 milhões em recursos para combater a doença, que nos últimos quatro meses matou 961 pessoas na África Ocidental.

Goodluck pediu “maior vigilância e cooperação em todos os níveis para evitar que o vírus do ebola se propague ainda mais”, segundo a nota.

O líder nigeriano decretou o estado de emergência horas depois de a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarasse o surto de ebola “uma emergência pública sanitária internacional”.

Na Nigéria, o país mais povoado da África, foram confirmadas 13 pessoas contaminadas pelo vírus, segundo a OMS, que afirmou que a situação está sendo avaliada muito de perto pelos órgãos internacionais de saúde.

Dentro do novo plano especial, a Nigéria estabelecerá novos centros de isolamento, enviará equipes adicionais, aumentará o controle nas fronteiras e adquirirá artigos para o tratamento dos pacientes.

Goodluck também pediu que as escolas avaliemampliar as férias letivas até uma nova avaliação nacional sobre a ameaça do ebola.

O presidente pediu às organizações religiosas que desaconselhem as reuniões nas quais haja alto risco de propagação do vírus e que seja suspensa a transferência de cadáveres de uma comunidade para outra.

O líder também pediu que os nigerianos não divulguem informações falsas sobre o vírus que podem levar “à histeria de massas e ao pânico”.

Embora a epidemia do ebola tenha afetado inicialmente Guiné, Libéria e Serra Leoa, em 25 de julho as autoridades nigerianas confirmaram a primeira morte pelo vírus no país.

Patrick Sawyer, um funcionário de nacionalidade americana que viajou da Libéria para a Nigéria, morreu em um hospital de Lagos poucos dias depois de ser internado.

Há dois dias as autoridades informaram que uma enfermeira nigeriana que tratou o americano também morreu contaminada pelo vírus.

Desde então a Nigéria começou a tomar medidas para conter o vírus, como a proibição da transferência para o país de cadáveres vindos de nações afetadas pela epidemia e a suspensão de alguns voos da Libéria e de Serra Leoa.

Dentro desta luta contra o ebola, os médicos nigerianos decidiram ontem suspender a greve iniciada há cinco semanas para poder atender os crescentes casos de contaminação.

O ebola, transmitido por contato direto com o sangue e fluidos corporais de pessoas ou animais infectados, causa hemorragias graves e tem uma taxa de mortalidade de 90%.

Esta é a primeira vez que é identificada e confirmada uma epidemia de ebola na África Ocidental. Ela só havia sido registrada na África Central. EFE

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