Presidente da OAB critica ofensas de desembargador no JM: “disparatada”

  • Por Jovem Pan
  • 17/10/2016 18h08

O presidente da OAB São Paulo disse que nenhuma autoridade pública pode se voltar contra uma manifestação feita por um veículo de comunicação

Divulgação/OAB Marcos da Costa - OAB

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) seção São Paulo prepara uma homenagem a jornalistas e instituições de direitos humanos em premiação que vai lembrar o massacre do Carandiru.

No próximo dia 21 de novembro, dois advogados atuantes no caso: João Benedicto de Azevedo Marques e Ricardo Carrara Neto, que já faleceu, receberão o prêmio Franz de Castro Holzwarth.

Os dois entraram no presídio dois dias depois da tragédia. A investigação conduzida pela entidade resultou num relatório que foi encaminhado ao ministério público e se tornou o livro “História de um Massacre”.

O presidente da OAB São Paulo, Marcos da Costa, afirmou que a homenagem será um desagravo a todos que foram ofendidos pelo desembargador Ivan Sartori no Jornal da Manhã, que insinuou que parte da imprensa recebe dinheiro do crime organizado.

“Nós estamos convidando a imprensa e também as identidades de Direitos Humanos porque foram atacadas indevidamente, cruelmente, com a afirmação absolutamente disparatada do relator do processo ao dizer que aqueles que criticaram a decisão (…) estariam sido financiados pelo crime organizado. Isso é uma ofensa gravíssima, seríssima, sem nenhum fundamento e só demonstra a insensibilidade para um tema tão relevante quanto esse”, disse.

Marcos da Costa ainda saiu em defesa do jornalismo da Jovem Pan, que foi atacado pelo desembargador em participação do Jornal da Manhã desta segunda-feira (17).

O presidente da OAB São Paulo disse que nenhuma autoridade pública pode se voltar contra uma manifestação feita por um veículo de comunicação.

“Pode sim pretender se explicar, pode querer apresentar sua versão, pode querer até mesmo contestar aquilo que é dito. Mas, se voltar contra a manifestação em si, contra o direito à manifestação, promovendo críticas contra jornalistas e contra uma emissora que é conhecida como uma das principais vozes do Estado de São Paulo, do Brasil. Não de agora, na sua história. Eu acho que houve, mais uma vez, uma manifestação exteporânea de quem deveria aproveitar pra fazer uma reflexão quando recebe uma crítica”, explicou Costa.

Nesta terça-feira, entidades ligadas aos direitos vão ingressar com uma reclamação disciplinar no Conselho Nacional de Justiça contra Ivan Sartori.

Os grupos afirmam que o ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo atuou com abuso, falta de isonomia e impessoalidade durante o julgamento.

A denúncia pede que a conduta do desembargador seja investigada, não apenas na côrte, mas também nas redes sociais.

*As informações são do repórter Victor LaRegina

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