Presidente da Sabesp afirma que situação hídrica continua “crítica”

  • Por Agencia EFE
  • 28/05/2015 21h02

São Paulo, 28 mai (EFE).- O início da temporada seca no Brasil está fazendo menos estragos que os esperados sobre a crise hídrica que assola o sudeste do país, mas especialistas asseguram que a situação continua sendo crítica e, se os níveis dos reservatórios não aumentarem, “milhões de pessoas terão problemas”.

O alerta foi feito nesta quinta-feira pelo presidente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Jerson Kelman, que confirmou que as previsões para a estação são “melhores” que as anunciadas em janeiro, quando a empresa advertiu de um possível racionamento “drástico”.

Kelman participou na capital paulista do seminário “O enfrentamento da crise hídrica”, organizado pelo Instituto Fernando Henrique Cardoso, onde comentou que essa medida, que afetaria toda região metropolitana de São Paulo, “é indesejável e deve ser evitada”.

No entanto, ressaltou Kelman, “não é nem o fim do mundo nem uma tragédia. Já aconteceu em outros países”.

O presidente da Sabesp garantiu que um racionamento de água em São Paulo “não vai acontecer”, mas também reconheceu a gravidade de que as condições climatológicas piorem e os níveis dos açudes voltem a cair.

Além disso, Kelman negou que a Sabesp tenha eliminado a pressão de água de seus clientes – “só a diminuímos” -, uma medida que a companhia implementou inicialmente em horários noturnos, mas que foi estendida em janeiro para horas diurnas.

Perguntado sobre os poços artesanais, que surgiram como uma alternativa para atenuar a dependência dos açudes, Kelman opinou que “são um acessório, mas não vamos tirar água dali”.

O Sistema Cantareira funciona nesta semana a 19,5% de sua capacidade, incluídas as reservas técnicas conhecidas como “volume morto”.

No entanto, desde o início do ano, o sistema abastece 5,4 milhões de pessoas – um pouco mais de um quarto da população metropolitana da capital – depois que 1,1 milhão de habitantes começaram a ser atendidos por outras fontes para diminuir a demanda do até então principal reservatório. EFE

ag/rsd

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