Presidente da Total morre em acidente aéreo em Moscou

  • Por Agencia EFE
  • 21/10/2014 02h17
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Paris, 21 out (EFE).- A companhia petrolífera francesa Total confirmou neste terça-feira a morte de seu presidente, Christophe de Margerie, em um acidente de avião no aeroporto de Vnukovo, em Moscou.

“O grupo Total confirma com grande emoção e uma profunda tristeza que seu presidente Christophe de Margerie morreu esta noite pouco depois das 22h de Paris em um acidente de avião no aeroporto de Vnukovo de Moscou, após uma colisão com uma máquina de remover neve”, informou a companhia petrolífera em comunicado.

Também morreram o motorista da máquina para remover neve e os três tripulantes do Falcon 50 em que De Margerie, de 63 anos, viajava.

Outros comentários divulgados hoje na imprensa francesa o definiram como um grande estrategista e um emblema da França, um homem que escolheu trabalhar na Total porque a sede ficava perto de sua casa e que em quatro décadas se tornou o quarto grupo petroleiro do mundo.

De Margarie (Mareuil-sul-Lay-Dissais, 1951), apelidado de “Big Moustache” por causa de seu enorme bigode branco, entrou na direção financeira do grupo Total em 1974 após se licenciar da Escola Superior de Comércio de Paris.

Ocupou diversos postos até ser nomeado, em 1995, diretor-geral da companhia petrolífera para o Oriente Médio. Em 2002 se tornou diretor de exploração e produção do grupo, e em 2007 diretor-geral.

“Nada substitui o calor humano e um aperto de mãos. Nunca assinarei um contrato por telefone”, confessou então ao jornal “Le Monde”.

Continuou a ascensão na empresa mais rica da França até chegar à presidência em 2010, substituindo Thierry Desmarest, seu mentor e atual presidente de honra da empresa, que possui cem mil funcionários e faturamento de US$ 189,542 bilhões de euros (R$ 594,631 bilhões).

Sua inesperada morte aconteceu na Rússia, país no qual Total está presente desde 1991. Desde 2011 tem parte do capital da russa Novatek, que produziu o equivalente a 179 mil barris diários em 2012.

De Margerie não era partidário das sanções da União Europeia (UE) contra a Rússia pela crise na Ucrânia, mas do “diálogo construtivo, que a interdependência econômica requer”, afirmou.

Um dos episódios mais amargos de sua carreira foi a acusação de corrupção, tráfico de influência e abuso de bens sociais pelo chamado caso do “Petróleo por Comida”, que o deixou 24 horas preso pouco após sua nomeação como diretor-geral da Total, em 2007.

De Margerie foi absolvido em 2013, junto com personalidades como o ex-ministro francês do Interior Charles Pasqua, de ter se beneficiado de comissões para violar o embargo imposto ao Iraque de Saddam Hussein após a invasão do Kuwait em 1990.

De Margerie era casado e pai de três filhos.

Ao fim da sessão de hoje, a Total perdeu 2,75% na bolsa de Paris.EFE

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