Presidente do Cazaquistão crê em um futuro “brilhante” para seu país

  • Por Agencia EFE
  • 13/12/2014 23h29
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Astana, 13 dez (EFE).- Apesar da queda do preço do barril de petróleo e as sanções impostas à Rússia, um de seus maiores parceiros comerciais, a República do Cazaquistão, está tomando medidas para enfrentar bem as dificuldades e continuar no caminho do crescimento econômico, da diplomacia mundial e da tolerância religiosa e cultural.

Assim disse seu presidente, Nursultan Nazarbayev, em entrevista divulgada pela agência de notícias cazaque “Kazinform”, na qual falou de um futuro “brilhante” para seu país em um contexto de grandes dificuldades em escala global.

De fato, o mesmo Nazarbayev anunciou este ano que o país centro-asiático terá que tomar fundos de sua reserva petrolífera para financiar um programa de vários bilhões de dólares para assegurar o crescimento da economia doméstica em uma época complicada.

Este programa de desenvolvimento, que será realizado durante os próximos três anos e custará aos cazaques cerca de US$ 3 bilhões, inclui a melhora de infraestruturas para o transporte ferroviário, aéreo e por estrada, com o objetivo de aumentar sua competitividade e criar emprego. O projeto inclui também um conjunto de iniciativas para uma rede de seguridade social, embora o objetivo principal da mesma seja conseguir um crescimento sustentável.

“Já que a ferrovia revitalizará a economia de várias regiões, o povo terá a possibilidade de encontrar um trabalho decente, e com o tempo aparecerão novas cidades. As pessoas se assentarão e povoarão áreas que ficaram praticamente desabitadas quando algumas das minas do país, ricas em minerais e sobretudo em cobre, se esgotaram”, explicou o presidente.

Em relação a outros temas fora do mercado interno cazaque, Nazarbayev descreveu as sanções impostas à Rússia em consequência da crise da Ucrânia, como uma faca de dois gumes. Pressionar economicamente um dos parceiros do Cazaquistão na Comunidade Econômica Eurasiática (EurAsEC) não só significa pressionar os russos, mas também os próprios cazaques. No entanto, o presidente destacou a consequente abertura de novas oportunidades de comércio com o país vizinho.

“Talvez algumas indústrias russas não possam trabalhar com plena capacidade. Isso significa, que eles não serão capazes de comprar nossas matérias-primas no volume de antes (?) Por outro lado, a Rússia toma as sanções como recíprocas e proíbe a importação de alguns produtos alimentícios do oeste a seu território. Em relação a isto, teremos a possibilidade de aumentar as exportações dos produtos alimentícios para a Rússia, incluindo frutas e verduras, carne etc. Devemos tomar vantagem disto e produzir mais quantidade de alimentos para a Rússia. Nossos agricultores podem obter lucro com hortaliças, lácteos, carne e outros produtos”.

O Cazaquistão está disposto a ir além do bloco comercial no qual se movimenta atualmente e mira na Organização Mundial do Comércio (OMC). Com sua entrada espera aumentar os contatos e melhorar suas relações com economias potentes como as da União Europeia, apesar da preocupação inicial sobre a EurAsEC, que é vista por muitos como uma tentativa russa de reviver a antiga União Soviética.

“Todas as conversas sobre as desvantagens da participação do Cazaquistão na Comunidade Econômica Euroasiática são demonstrações de diletantismo”, o presidente destacou. “Todos os países participantes têm votos iguais, tudo se decide por consenso. Além disso, o Cazaquistão sempre pode sair desta comunidade em caso de ameaça a sua independência. Em geral, esta união tem muitas vantagens, portanto não há nenhum argumento para o pessimismo”.

Na entrevista, o presidente cazaque reafirmou seu apoio na luta contra o grupo terrorista Estado Islâmico e pediu uma solução pacífica para a crise da Ucrânia.

“Ao redor de 60% da população cazaque é muçulmana, mas escolhem o islamismo verdadeiro, moderado e tolerante. Há movimentos religiosos que nos podem causar prejuízo. Temos que nos manter afastados deles e tomar como princípio os mandamentos da religião, que professam a espiritualidade verdadeira”, concluiu o presidente. EFE

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