Presidente do CE pede mais sanções por descumprimento dos acordos de Minsk

  • Por Agencia EFE
  • 20/02/2015 16h10

Bruxelas, 20 fev (EFE).- O presidente do Conselho Europeu, o polonês Donald Tusk, pediu nesta sexta-feira para que a União Europeia (UE) imponha novas sanções pela crise da Ucrânia em caso de descumprimento dos acordos de Minsk, e anunciou que visitará Kiev no próximo domingo.

“Estamos chegando a um ponto em que qualquer novo esforço diplomático não dará resultados, a menos que seja auxiliado por ações críveis”, disse Tusk em comunicado, no qual também afirma que para isso mantém “negociações com os líderes da União Europeia a fim de determinar os próximos passos”.

O ex-primeiro-ministro polonês ressaltou que esses “novos passos” terão que “ser direcionados a aumentar o custo da ofensiva no Leste da Ucrânia, da mesma forma que com outras contribuições, como a do presidente ucraniano (Petro Poroshenko) sobre como a UE pode ajudar a melhorar a vigilância do cessar-fogo”.

A UE, da mesma forma que os Estados Unidos e outros países, aplicaram sanções contra a Rússia pelo envolvimento na crise ucraniana e Washington debate a possibilidade de fornecer à Ucrânia armamento defensivo, devido à escalada do conflito com os separatistas.

Até o momento, as sanções europeias afetam mais de cem pessoas e entidades da Rússia e da Ucrânia. As sanções vão desde ter proibida a entrada no território comunitário ao congelamento de ativos, entre outras medidas.

Nesta sexta-feira, em Paris, o presidente da França, François Hollande, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, enfatizaram sua convicção da necessidade de traduzir na prática os compromissos do Acordo de Minsk, o que classificaram de “um caminho difícil”, mas necessário para que termine “o banho de sangue” na Ucrânia.

Tusk lembrou que “desde o domingo passado a UE realizou todos os esforços possíveis para fazer com que funcionem os acordos de Minsk II, mesmo com os ataques dos separatistas com apoio militar da Rússia a Debaltsevo e outras regiões”.

O presidente permanente do Conselho Europeu assinalou em seu comunicado que, uma semana depois desse acordo, houve “mais de 300 violações do cessar-fogo” e ressaltou que “as pessoas continuam morrendo”.

“Só se as palavras se tornarem realidade poderá haver a esperança real de conseguir uma solução política para este conflito”, disse Tusk, que anunciou que no domingo viajará a Kiev “para expressar solidariedade com o povo ucraniano nestes momentos difíceis”.

As partes assinaram os acordos de Minsk I em setembro, também na capital bielorrussa, mas o pacto foi violado em diversas ocasiões.

Os separatistas pró-Rússia deram por terminadas nesta sexta-feira as ações militares no leste da Ucrânia e procederam a retirar o armamento pesado em coordenação com a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), segundo o comando rebelde.

De acordo com observadores internacionais, o cessar-fogo que entrou em vigor no domingoé respeiado em toda a zona de conflito, com a exceção do aeroporto de Donetsk, principal reduto pró-Rússia.

O comando militar ucraniano informou que dois soldados morreram e outros três ficaram feridos nas últimas 24 horas no leste do país.

Após sofrer em Debaltsevo a maior derrota em dez meses de guerra, o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, propôs a mobilização de forças de pacificação no leste do país e na fronteira com a Rússia, o que foi rejeitado pelos rebeldes. EFE

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