Presidente do Egito indulta 165 presos por Ramadã, mas não inclui opositores

  • Por Agencia EFE
  • 17/06/2015 16h23

Cairo, 17 jun (EFE).- O presidente do Egito, Abdul Fatah al Sisi, indultou 165 pessoas nesta quarta-feira devido ao início do mês muçulmano sagrado do Ramadã, mas entre elas não há nenhum opositor de destaque, nem dos ativistas laicos, nem da Irmandade Muçulmana.

Segundo uma breve nota emitida pela presidência egípcia, entre os presos anistiados há “um grande número de jovens e de menores de idade” que foram condenados por violar a chamada “lei de protestos”, que restringe as manifestações, e cometer outros crimes pelos quais cumpriam penas inferiores a cinco anos.

O Ministério do Interior egípcio informou posteriormente que os 165 presos foram colocados em liberdade hoje, em cumprimento do decreto presidencial.

O diretor da Rede Árabe para a Informação sobre os Direitos Humanos, Gamal Eid, explicou à Agência Efe que entre os indultados não há “nenhum dos presos políticos ou dos defensores da democracia” atualmente detidos no Egito.

Além disso, lamentou que a anistia não inclua “nenhuma mulher ou cristão” e criticou o número “limitado” das pessoas que foram indultadas entre as dezenas de milhares de presos que calcula-se que estejam nas prisões egípcias.

Por outro lado, o advogado de direitos humanos, que lembrou que esta é a quarta vez que Al Sisi declara uma anistia, considerou que o indulto presidencial pode ser uma ferramenta para corrigir os erros do Ministério do Interior, encarregado da repressão contra os grupos opositores de todas as tendências políticas.

No dia 1º de fevereiro, 119 presos egípcios foram beneficiados por um indulto presidencial devido ao quarto aniversário da revolução de 2011, que coincidia com o Dia da Polícia no Egito.

Nos dois últimos anos, as autoridades egípcias prenderam e julgaram dezenas de ativistas, entre eles vários líderes da revolta contra o ex-presidente Hosni Mubarak.

Além disso, milhares de membros e seguidores da Irmandade Muçulmana, incluindos seus dirigentes, estão presos e centenas foram condenados à morte pela Justiça egípcia, entre eles o ex-presidente Mohammed Mursi. EFE

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