Presidente do Eurogrupo: a dívida grega continua sendo ponto de preocupação
Bruxelas, 14 ago (EFE).- O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, admitiu nesta sexta-feira que a sustentabilidade da dívida grega continua sendo um ponto de “grande preocupação” e que a participação do Fundo Monetário Internacional (FMI) no terceiro resgate à Grécia é “importante” para todos os países do euro.
“A sustentabilidade da dívida é um importante ponto de grande preocupação”, disse Dijsselbloem a sua chegada à reunião extraordinária dos ministros de Economia e Finanças da zona do euro que tentarão hoje acordar o terceiro programa de assistência financeira à Grécia de até 86 bilhões de euros até 2018.
“O FMI olhará este assunto de perto e nós também em outubro e tomara que possamos assegurar que a dívida seja sustentável até então e dar mais garantias se for necessário para que o Fundo se some” ao programa no outono, acrescentou.
Dijsselbloem se referia à discussão que deverá ter a zona do euro sobre possíveis medidas de alívio à dívida grega, como exige o FMI para participar do programa.
“Isso é muito importante para todos nós”, indicou o presidente do Eurogrupo, que disse acreditar em um acordo dos ministros hoje sobre o terceiro resgate à Grécia.
No entanto, o presidente falou que houve “críticas” na reunião do Eurogrupo a certos elementos do programa de assistência financeira estipulado entre as instituições credoras e o governo de Alexis Tsipras na terça-feira e portanto a reunião “não será curta”, predisse.
O memorando de entendimento que fixa as condições do resgate “é muito amplo” e contém “importantes reformas”, disse, mas mesmo assim haverá “perguntas e críticas talvez sobre aspectos que terão que ser aclarados ou melhorados”, indicou o presidente do Eurogrupo, sem entrar em mais detalhes.
O líder se referiu a alguns problemas, como a recapitalização dos bancos, o novo fundo de privatizações e a sustentabilidade da dívida.
“Tomara que no final da tarde tenhamos um resultado positivo”, sustentou Dijsselbloem.
A Alemanha se mostrou a favor de não decidir um acordo tão importante de maneira precipitada e apontou aspectos como a sustentabilidade da dívida, a recapitalização dos bancos e as privatizações, assim como algumas reformas no mercado de trabalho e de pensões na Grécia, como os que deverão ser esclarecidos no Eurogrupo.
Após uma sessão maratonista que se prolongou pela noite toda, o parlamento grego aprovou hoje o terceiro resgate ao país, graças ao apoio da oposição e a rejeição de 47 deputados do partido Syriza de Alexis Tsipras. EFE
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