Presidente do Senado russo acusa EUA de “chantagem” por sancioná-la
Moscou, 17 mar (EFE).- A presidente do Senado da Rússia, Valentina Matvienko, acusou nesta segunda-feira os Estados Unidos de “chantagem político” por adotar sanções contra ela e outras autoridades do país em resposta ao referendo da Crimeia.
Por meio da consulta, a maioria dos habitantes da república autônoma da Crimeia se mostrou favorável a uma incorporação à Rússia.
“As sanções contra os mais altos cargos (russos), que cumprem funções de Estado, é uma decisão sem precedentes. Não houve nada igual nem sequer em tempos da Guerra Fria. Se chamamos as coisas por seu nome, é chantagem política”, disse aos jornalistas a número três na hierarquia política russa.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ordenou o congelamento dos ativos e a proibição da entrada no país de vários funcionários públicos russos em represália ao apoio à consulta popular realizada ontem na Crimeia.
“Nos Estados Unidos se sabe perfeitamente que não tenho nem contas, nem ativos nem propriedades no exterior”, afirmou Matvienko, para quem nenhuma sanção fará ela mudar de ideia.
“Defendi e seguirei defendendo os interesses da Rússia, e não os interesses geopolíticos do Ocidente. Ninguém conseguirá nos assustar com nenhuma ameaça”, afirmou.
Outro dos sancionados, o vice-primeiro-ministro russo, Dmitri Rogozin, reagiu com ironia à decisão de Washington e escreveu em sua conta no Twitter que “o decreto do presidente dos Estados Unidos foi redigido por algum brincalhão”.
“Senhor Obama, o que devem fazer os que não têm nem contas nem propriedades no exterior? Ou o senhor não pensou?”, perguntou.
Entre os sancionados pela Casa Branca também estão Vladislav Surkov e Sergei Glaziev, assessores do presidente russo Vladimir Putin, outro senador e três deputados da Duma (Câmara dos Deputados).
A lista anunciada pelos Estados Unidos se completa com os nomes de dois líderes separatistas da Crimeia, Sergei Axionov e Vladimir Konstantinov, e do ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovich, deposto após três meses de protestos populares.
Por sua parte, os ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) concordaram hoje em sancionar 21 russos e ucranianos considerados responsáveis pela instabilidade na Crimeia. EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.