Presidente do Sudão do Sul assina acordo de paz com oposição
Juba, 26 ago (EFE).- O presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, assinou nesta quarta-feira na capital do país, Juba, o acordo de paz entre o governo e os rebeldes alcançado semana passada, mas ressaltou que tem “grandes reservas” a respeito.
A rubrica do documento, que foi assistida por vários chefes de Estado da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (Igad), organização que mediou a negociação, pretende pôr fim ao conflito que explodiu em 2013 e que deixou milhares de mortos no país.
Kiir assinou página por página as 72 folhas do “Acordo para solucionar a crise no Sudão do Sul”, o que prolongou os protocolos da rubrica durante dez minutos.
Durante a cerimônia, o presidente sul-sudanês explicou que seu país tem divergências sobre alguns pontos do acordo e pediu aos Estados da Igad que encontrem soluções aos problemas que podem surgir durante a aplicação do convênio.
“Assinaremos o acordo, mas quero advertí-los que se surgir algum problema relacionado às nossas reservas, é preciso levá-las em consideração”, acrescentou.
Além disso, o líder detalhou que “se não levarem a sério (as reservas), os danos não prejudicarão somente o Sudão do Sul, mas toda a região”.
Além disso, o governo de Juba distribuiu durante a reunião um documento de 12 páginas que inclui suas divergências ao acordo.
O principal ponto criticado pelo Executivo é a retirada de todas as forças armadas de Juba para uma distância de 25 quilômetros da capital.
O pacto, conseguido graças à mediação da Igad, que agrupa sete países da África Oriental – incluído o Sudão do Sul – foi assinado em 17 de agosto em Adis-Abeba pela principal facção rebelde, liderada pelo ex-vice-presidente Riek Machar.
Além disso, o acordo foi rubricado pelo secretário do Movimento Popular para a Libertação do Sudão, Pagan Amum, e várias outras personalidades revolucionárias.
Os partidos da oposição sul-sudanesa não assinaram esse acordo porque foram proibidos de viajar à capital da Etiópia para participar da última rodada de discussões.
O Conselho de Segurança da ONU ameaçou ontem tomar “ações imediatas”, que incluem sanções econômicas e um embargo de armas ao Sudão do Sul, se o presidente sul-sudanês não assinasse hoje o acordo.
O conflito armado começou após as acusações de Kiir (de etnia dinka) contra Machar (da etnia rival nuer) de ter orquestrado um golpe de Estado contra ele.
EFE
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