Presidente do Sudão do Sul reconhece que tropas da Uganda apoiam o país

  • Por Agencia EFE
  • 16/01/2014 16h45
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Nova York, 16 jan (EFE).- O presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, reconheceu nesta quinta-feira que tropas da Uganda apoiam as forças governamentais de seu país no conflito que mantêm contra tropas leais ao ex-presidente Riek Machar.

“Eu, como chefe deste governo, lhes pedi que ajudassem”, afirmou Kiir em entrevista publicada pelo site do “Wall Street Journal”, na qual acrescenta que ninguém tem direito “a dizer-lhes para saírem do Sudão do Sul”.

O jornal americano assegura, citando um porta-voz militar ugandense, que aviões de combate desse país bombardearam nos últimos dias forças leais a Machar nas cidades de Bentiu, Bor e Malakal.

Além disso, forças terrestres ugandenses protegem o palácio presidencial e o aeroporto de Juba.

Kiir insistiu na entrevista, a primeira que concede em semanas, que Machar foi o responsável pelo início da violência, que começou em meados de dezembro. “Foi ele quem começou a disparar, não eu”, garantiu.

Segundo números oficiais, o conflito representou uma redução de mais de 20% na produção de petróleo do país, que é o terceiro maior produtor africano de petróleo após Nigéria e Angola.

“Somos conscientes que sem produção de petróleo nada se movimenta no Sudão do Sul”, declarou Kiir.

O conflito, que causou centenas de milhares de deslocados, teve algumas derivações étnicas, mas o presidente assegurou que não ordenou represálias desse tipo e afirmou que se há alguém que comete violência étnica “para apoiar-me”, então “deve parar porque estão destruindo minha imagem”.

As negociações de paz entre governo e rebeldes em Adis-Abeba, a capital da Etiópia, definiram parte dos detalhes de um cessar-fogo, apesar de persistirem outros pontos de atrito como as condições para colocá-lo em andamento, informaram hoje fontes das duas partes.

Um porta-voz dos rebeldes insistiu hoje que uma de suas condições para conseguir um acordo é “a libertação incondicional dos detidos políticos”, em referência a 11 dirigentes da oposição detidos desde o mês passado.

Sobre eles, Kiir reconhece que houve “preocupação” por parte de alguns dirigentes internacionais, mas ressaltou que os detidos devem submeter-se ao sistema legal do país. “Não podemos quebrar nossas próprias leis”, concluiu. EFE

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