Presidente do Suriname ameaça expulsar embaixador dos EUA

  • Por Agencia EFE
  • 25/02/2014 22h43
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Paramaribo, 25 fev (EFE).- O presidente do Surirame, Desi Bouterse, ameaçou nesta terça-feira expulsar o embaixador dos Estados Unidos, Jay Anania, se o diplomata não for capaz de explicar sua suposta intromissão nos assuntos internos do país.

Bouterse aproveitou um discurso pronunciado hoje por ocasião do aniversário do golpe de Estado que em 1980 que lhe tornou, pela primeira vez, chefe de governo, para lançar a advertência.

“Este atrevido funcionário tenta dificultar as eleições marcadas para maio de 2015”, declarou Bouterse durante seu discurso perante centenas de simpatizantes na Praça da Revolução em Paramaribo.

Embora não tenha citado o diplomata por seu nome durante o discurso, mais tarde detalhou em entrevista à imprensa local que se referia a Anania, que segundo meios de comunicação do país sul-americano visitou na semana passada as instalações do Escritório das Eleições Independentes para obter informação sobre os pleitos.

Anania também visitou a sede do Ministério do Interior do Suriname, onde teve a oportunidade de falar com o responsável desse escritório, Soewarto Moestadja.

“Não estamos contentes com seus movimentos aqui. Se (o diplomata americano) não pode explicar-se, pode fazer as malas e deixar o país”, comentou Bouterse.

“Querem recuperar o controle de nosso país”, denunciou o presidente.

Bouterse mantém relações tensas com os EUA desde que seu filho, Dino, foi detido no Panamá por agentes da Agência Americano Antidrogas (DEA) no último mês de agosto sob acusações de oferecer apoio material ao grupo xiita libanês Hezbollah.

O presidente surinamês assegurou que está pronto para derrotar seus oponentes, apesar dos esforços de diplomatas estrangeiros para favorecer o candidato do opositor Partido Nacional do Suriname (NPS, na sigla em inglês), Chandrika Santhoki.

O Suriname aprovou uma emenda à Lei de Anistia de 1989 que garante a imunidade para os delitos por violações de direitos humanos cometidos entre 1º de abril de 1980 e 19 de agosto de 1992.

Durante esse período de 12 anos o país esteve sob o controle militar, no qual, entre outros, participou Bouterse. EFE

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